A despedida de um ÍDOLO que ofusca o próprio time


Era para se falar do jogo entre Cruzeiro x Sport hoje, mas o dia de ontem foi marcado pela despedida do argentino Sorín do futebol. Em meio a toda a saudade e da mística envolvendo nosso ídolo, existem dúvidas sobre “o que aconteceu”.
 
Sobre o jogo de hoje em poucas palavras: é colocar o Fabinho na zaga, o Fabrício no meio, manter o Bernardo, jogar com toque de bola como nas últimas partidas e com mais seriedade no segundo tempo. E já está na hora do Kléber fazer gols, porque depender de Thiago Ribeiro e Gérson Magrão é duro.
 
Sorín - Foto: VipCommE sobre Juan Pablo Sorín, não vou falar de estatísticas, prefiro falar do que eu vi deste jogador em campo.
 
Chegou ao Cruzeiro no início de 2000. Fez um primeiro semestre sofrível, não ganhamos o Campeonato Mineiro e, mesmo vencendo a Copa do Brasil, Sorín foi substituído várias vezes durante a campanha, algumas pelo Alonso (lembram deste?) outras até pelo Viveros – acreditem. A diretoria aceita negociá-lo no meio do ano, mas ninguém faz proposta. Sai Marco Aurélio, entra Felipão.
 
Daí em diante, começa o show, boas atuações, a raça argentina em campo. Dois gols antológicos o colocam nos braços da torcida guerreira – ambos em espetaculares vitórias por 4×2, o primeiro contra o “time do lado seco da Lagoa da Pampulha”, o segundo contra o Internacional.
 
Mais dois anos espetaculares, dois títulos de Copa Sul-Minas, a torcida se acostuma com a cabeleira voando nos gols e nas comemorações. A venda do jogador para a Lazio e a cinematográfica despedida na final contra o Atlético-PR, com direito a gol. Eu estive lá. E aqui se encerra o mito.
 
No primeiro retorno ao Cruzeiro, em 2004, atuações fracas – ele não teve culpa, é impossível jogar ao lado de Lima, Guilherme, Fernando Diniz, Jussiê, Schwenck, Dudu e Tapia. E a diretoria anuncia que quer vender o jogador, porque não aguenta pagar os altos salários. No segundo retorno, em 2008, muita expectativa, muitas lesões, muitas desculpas da equipe médica do Cruzeiro, poucas partidas disputadas.
 
Para resumir (daria para conversar um dia inteiro sobre o assunto Sorín) três frases, sendo uma homenagem e dois “inícios de polêmica”:
 
– Adeus, pássaro azul, sua história no Cruzeiro entre 2000 e 2002 é muito maior que seus dois maus retornos. São jogadores como você que levam multidões aos estádios – raça, vontade de vencer, determinação, identificação com a torcida, enfim, SER ÍDOLO É ISTO.
 
– Se o Sorín foi vendido à Lazio, por que ele teve que voltar para o Cruzeiro em 2004 com o mesmo salário que recebia na Europa? E ONDE ESTÁ O DINHEIRO DESTA VENDA PARA A LAZIO? (na época, diziam 10 ou 12 milhões). EXPLIQUE-SE, DIRETORIA!!!
 
– O Sorín deu uma “deixa” de que ele não estaria sendo aproveitado pelo Adílson Batista nas últimas partidas, mesmo estando em condições e sendo relacionado. O treinador foi consultado na época da contratação. SERÁ QUE O SORÍN É REALMENTE PIOR QUE O GÉRSON MAGRÃO? EXPLIQUE-SE, ADÍLSON BATISTA!!!