A vitória do improvável


Salve, China Azul!

Em mais uma partida intensa, o Cruzeiro conseguiu bater o Coritiba, em casa, por 2×0. A vitória foi mais um grande passo dado em direção ao alívio, que será completo após o fim do risco de rebaixamento. Além dos fundamentais três pontos, a equipe demonstrou muita disposição; no embalo da torcida, até o improvável se tornou real.

Mais uma vez, sob o comando de Mano Menezes, a equipe celeste inicia a partida dominante, com muita posse de bola e volume de jogo. Porém, mesmo encurralando o adversário, o Cruzeiro não conseguia criar efetivamente, graças à forte marcação proposta pelo sistema defensivo dos paranaenses. Nesse contexto, o improvável deu o ar da graça. Quando Ceará se aprumou para a finalização, nem o mais otimista cruzeirense acreditava em tal desfecho, afinal seu único gol com a camisa celeste aconteceu em 08 de agosto de 2012. Contrariando as possibilidades, o camisa 2 foi às redes, tratando de solidificar a vantagem do Cruzeiro no placar.

O Coritiba resolveu sair mais para o jogo, e isso complicou um pouco mais a partida. A complicação ainda se agravou, devido a mais uma ação improvável. Sim, eu considero improvável que um zagueiro, com a experiência que tem o Paulo André (falta de técnica à parte), vá para uma disputa de corpo com o cotovelo à altura do rosto do adversário. Mesmo não considerando que ele teve a intenção de golpear o adversário, o vermelho é totalmente compreensível. O interessante é que a experiência sempre foi um fator colocado por analistas e até pelos treinadores que passaram pelo Cruzeiro em 2015 como justificativa para manutenção de Paulo André na equipe titular. Bem, é hora de rever conceitos.

Na etapa final, a pressão adversária seria algo natural. Com substituições ofensivas, o Coxa se lançou em busca do empate. Teria conseguido, se o torcedor celeste não tivesse entrado na partida. Aos gritos incansáveis de ‘zêro!’, os mais de 20 mil presentes no Gigante da Pampulha ajudaram a equipe a ter aquele gás a mais, aquele espírito de entrega necessário para superarmos tão significativa adversidade. Nesse contexto, surge mais um improvável, o momento que definiria a partida.

Em mais um momento que nem o cruzeirense mais otimista acreditaria, Manoel rouba a bola na defesa e parte em velocidade. Contextualizando: time sofrendo pressão, com um a menos, o zagueiro rouba a bola e se manda. Mais improvável ainda é ele encontrar Alisson pela direita, e correr para a área, esperando cruzamento. Mais improvável ainda é ele receber o cruzamento e, com um toque na bola, deixar Willian na cara do goleiro adversário. No momento insano da torcida, uma jogada insana, que deu certo. Ou alguém vai me convencer de que esperava um momento como este?

Qualquer vitória a esta altura é importante, mas esta, contra um adversário direto, se tornou fundamental. Além de mais uma semana tranquila de trabalhos, nos proporcionou uma distância minimamente segura da zona da degola. Há de se destacar o trabalho da preparação física, que além de recuperar alguns jogadores que, claramente, estavam acima do peso, tem proporcionado aos titulares uma maior capacidade de suportar os 90 minutos, mesmo com um jogador a menos. A diferença dos trabalhos das comissões técnicas de Mano e de Luxemburgo é abismal. E olha que não chegamos nem a 30 dias de trabalho dos novos profissionais!

Contando com o improvável ou não, o fato é que a tendência de melhora é real. Com mais 3 ou 4 vitórias, a ameaça de Série B cai por terra, e estaremos livres para planejar o ano seguinte. A evolução da equipe dá, a cada torcedor, esperança de dias melhores.

Para acabar, de uma vez por todas, com o improvável ano de 2015.

 

Por: Pedro Henrique Paraíso