Acorda Cruzeiro, as coisas podem se complicar


Na partida da última quarta, contra o Grêmio, achei o Cruzeiro surpreendente. Não me lembro – em anos – de ter visto o Cruzeiro jogar daquele jeito. Bem. Muito bem.

A organização em campo, postura para defender e atacar, a intensa troca de passes (boas), mesmo sendo visitante fez apagar aquele jogo feio contra o Santos no domingo. Mas o Cruzeiro perdeu. Pois é!

Queria ser, mas tenho medo de acreditar que seremos campeões. Sei que é cedo pra falar essas coisas e tal, mas é complicado apostar nesse time. Aposto sim, mas não alto. Entende? Sabemos do potencial e vemos sempre grandes exibições, mas tem aquele medo: ainda não posso elogiar.

Destaco 3 jogos desse ano:

– Galinho 3×0 Cruzeiro: Nosso melhor zagueiro é expulso num lance infantil, quando ainda estava 0x0. É verdade que, diferentemente dos outros jogos, o Cruzeiro vinha nervoso, sem acreditar que podia ganhar aquele jogo. E podia, mas ué? Dos 4 clássicos: vencemos 3 – sendo dois contra o time titular do adversário – e perdemos um, que é este o qual falei.

– Cruzeiro 2×2 Internacional: Empatamos dentro de casa, foi merecido até, mas o Cruzeiro lutou. Agora me expliquem a expulsão do Ricardo Goulart? Até hoje não tem explicação. E ainda dois dos nossos jogadores machucaram ainda no primeiro tempo.

– Grêmio 3×1 Cruzeiro: Além das considerações iniciais, vale lembrar a expulsão do Souza. Sei que ainda há a discussão sobre a justiça no cartão ou não. Pra mim, foi justa. Talvez em outros países não se aplique cartão naquela jogada, mas aqui no Brasil… Conhecemos o PC Oliveira (lá com seus 30 anos de profissão) e sabemos o que ele faz. Seria muita ingenuidade pensar que uma falta daquelas passaria em branco, ainda mais para o time visitante.

O Cruzeiro de 2013 é muito bom mesmo, talvez o melhor elenco que temos desde 2003. Mas falta um Q a mais. Aquele Q que não deixa a pulga atrás da orelha pra fazer elogios, aquele a mais que não pense “pode dar merda” ou “quem não faz, toma”. É a questão do pênalti: quando a marcação é a nosso favor, temos 80% de chances de errar, mas contra… já era.

O time titular de ontem tinha apenas 2 jogadores que estavam no time titular do ano passado. Não sei ao certo o que dizer, mas seria pretensão pensar que um time totalmente reformulado bata o Corinthians, Inter, Galin, Flu… que já conta com, no mínimo, uma temporada com uma base montada?

Não, não seria. Porém: seria.

O Cruzeiro é mais time que esses todos, quando joga bola, joga mais que esses todos (na atual temporada), não é a toa que se encontra no topo da tabela. Porém, ahhhh o porém, pode dar m****.

Falta um pouco de amadurecimento – eis a palavra. Ou a malandragem, o cacoete(né Douglas?) pra ser campeão! Talvez a vontade de provar que pode, faça mostrar que “ow… vi que você pode, mas pare por aqui”. Aquela vontade de chegar lá na frente e driblar todo mundo antes de concluir a gol mostre que o jogador é demais e pode ser o destaque do campeonato, mas seria mais fácil concluir logo ao gol. Ou aquela vontade de mostrar “mais raça”, e passar do limite da falta. Sabemos fazer o feijão com arroz perfeito, mas querem ir pra sobremesa antes de ficar bem alimentado, entende?

O Cruzeiro pode e quer mostrar que pode, mas ainda não vejo o que quer. Talvez a disputa pela titularidade, talvez a falta de acreditar em si mesmo, mas ainda “pode dar merda”.