Anselmo Ramon fica no Cruzeiro


Anselmo Ramon não vai mais para o Atlético-PR. Quem confirmou foi Guilherme Mendes, diretor de comunicações do Cruzeiro.

Sei que a notícia desagrada a maior parte da torcida. Muitos, por deboche, planejavam inclusive levá-lo ao aeroporto.

Anselmo Ramon não é craque, longe disso. Tem um defeito grave para centroavante: finaliza mal. E, pelo tamanho, deveria ser mais apurado no jogo aéreo.

Mas enxergo além dos defeitos. Ele tem qualidades. A de fazer o pivô para a chegada dos laterais e meias é uma delas. Aliás, nesse quesito, não vejo ninguém à frente dele no futebol brasileiro.

É um cara de grupo, daqueles que não criam tumulto por estar na reserva. Conversei há alguns dias com o Benecy Queiroz e perguntei sobre o Anselmo. “Bom menino, bom menino”, ele respondeu.

Se ficar realmente, pode ser um jogador útil. Borges se machuca com frequência, o que deixa Vinícius Araújo sem reserva de ofício.

Acho que boa parte da torcida pega no pé dele de forma exagerada.

Aliás, temos o grave problema de exaltar ídolos de barros e tratar mal aqueles que sempre respeitaram o Cruzeiro. Foi assim quando das saídas de Kléber Gladiador e Guerrón.

O primeiro era queridinho da torcida. Deixou o Clube após forçar muito a barra para voltar para o Palmeiras. O equatoriano, por outro lado, deixou o Cruzeiro após decepcionar em campo e receber muitas vaias.

Mas quem se lembra da atitude digna de Guerrón de escrever uma carta para a torcida na despedida? Pois é, e o queridinho Kléber sequer um recado no twitter deixou.

Que fique a lição agora com o Anselmo Ramon. Ele esteve com o Cruzeiro nos momentos difíceis, como em 2011, quando quase paramos na Série B.

Ele marcou gols importantes naquele ano, como contra o Atlético-GO, que nos deu a vitória por 3 a 2. Ainda que, em alguns momentos, possa ter decepcionado tecnicamente, ele honrou a camisa celeste.

Espero que a torcida não o hostilize nos próximos jogos. Ao contrário, que o apoiem.

O apoio é a melhor arma para que possamos vê-lo novamente marcando contra o rival e comemorando com “ciscadas”.