Avante, Cruzeiro, pois é à frente que se olha


Avante, Cruzeiro, pois é à frente que se olha

Não deu, China Azul. Meu texto poderia acabar aqui, pois ainda não consigo ter o que dizer da partida da última quarta-feira. Não era nosso dia. Que continuássemos jogando por mais 45 minutos, a bola insistiria em bater na trave, correr por sobre a linha, e bater na outra trave. Infelizmente.

O clima parecia diferente, antes da partida. A festa era inigualável, dessas que arrepia até quem sequer gosta de futebol. Muito antes do rolar da bola, o Mineirão tremia, pulsava, vibrava. Quando a bola rolou, o cenário foi mudando aos poucos. Veio o gol sofrido, veio o nervosismo, vieram as chances perdidas… Tivemos um gol a favor, mas não foi o suficiente. Ao final, o empate em 1×1 adiou nosso sonho do Tri.

A hora é de, acima de tudo, levantar a cabeça. Não perdemos sem lutar, não saímos cabisbaixos e sem vontade. O futebol apresentado pode não ter sido o melhor, mas a raça prevaleceu ontem em campo; pena que não conseguiu vencer sozinha. Todos nós estamos cientes do quão capaz é esse elenco, de quantas alternativas temos e de tudo que esta camisa pesada representa. Precisamos nos reorganizar.

Esse duro golpe me lembra outros dois que, no ano passado, foram primordiais para a magnífica campanha do Tricampeonato Brasileiro: a perda do título Mineiro e a eliminação na Copa do Brasil. O primeiro momento de dor foi crucial para a união entre a torcida e o time, recém formado. Podíamos ter jogado todo um planejamento fora se a torcida, ao invés de abraçar o time, tivesse vaiado ou pressionado. Na Copa do Brasil aconteceu o mesmo, e o golpe ainda foi mais duro que o primeiro, com o gol da eliminação saindo aos 43 do segundo tempo.

Além de proporcionar a união entre arquibancada e campo, esses momentos trouxeram à tona a força gigantesca que tínhamos, e não era conhecida. Hoje, temos a plena convicção de que o Cruzeiro cresce nos momentos de dor. E é esse o alento que temos, saber que o elenco vai brigar com tudo o que tem para levar o clube à frente nas duas competições que nos restam. Não podemos deixar de duvidar, não devemos tentar encontrar culpados. É hora de esquecer a dor, e superá-la.

Avante, Cruzeiro, pois é à frente que se olha. Somente os gigantes sabem tirar lições valiosas de cada decepção, e usá-las como degrau na conquista de novos objetivos. Que possamos descobrir onde podíamos ter sido melhores, corrigindo rapidamente. Sem ressaca, sem dor, sem tristeza; a única coisa que, em nós, nunca deve acabar, é a nossa vontade de vencer.

Força, Cruzeiro! SEMPRE estaremos com você.