Bipolaridade (Bahia 0 x 0 Cruzeiro – Campeonato Brasileiro 11ª rodada)


Salve, guerreiros!

Há seis anos sou colunista aqui do Guerreiro dos Gramados, missão a mim confiada pelo Paulo Costa, nosso “chefe”. Há cinco anos responsável pelas analises de pós-jogo. Já fui xingado, elogiado, espero tudo quando coloco minha opinião em público através de nosso saite e redes sociais, e nunca me preocupei com isso. Pela primeira vez em cinco anos começo uma coluna preocupado com a repercussão. Talvez porque esteja me sentindo um pouco dividido entre a classificação contra o Atlético, em que elogiei a postura defensiva do time, e as críticas que farei a seguir pela mesma atuação diante do Bahia. Não sei se estou ficando bipolar, espero que suas participações em nossas redes ajudem-me a entender qual é a diferença. Vou formular minha teoria abaixo, aguardo suas preciosas considerações.

O jogo

Esperava uma postura mais agressiva da molecada. Gente nova querendo mostra serviço e conquistar espaço no time de cima é sempre natural, exceto com Mano Menezes. Sua cultura excessivamente defensiva está impregnada no DNA dos times que dirige, travam esse comportamento. Afinal, mostrar serviço ao Mano é jogar como ele manda, não tentar vencer o jogo. “Ah! Mas era o time reserva”, dizem, mas que com um pouco mais de esforço poderia ter trazido os três pontos, quebrado a incômoda sequência de oito jogos sem vencer no Brasileiro. Mais incômodo ainda saber que desde quatro de novembro de dois mil e dezoito, A Raposa não vence no certame em partidas fora de casa. A última foi contra o América, isto é, nem fora de BH foi.

Primeiro tempo

Claro que o Bahia iria agredir mais. Jogando diante de seu torcedor, enfrentando um Cruzeiro reserva, entretanto, foi o Cruzeiro que chegou com chance clara de gol perdido por Ederson que acertou a trave quando estava sem goleiro. Apesar da partida com personalidade do garoto mesmo após seu erro, alguns torcedores o estão pegando para Judas, entretanto, David, por exemplo, nulo em campo. Ainda estou no primeiro tempo e o atacante já é nosso Guerreiro de lata.

O que poderia ser um divisor de águas na partida, a expulsão Artur Kaike não resultou em uma mudança de postura do Cruzeiro. A Raposa voltaria para o segundo tempo e teria todo período com um jogador a mais para buscar a vitória, entretanto… Vamos à segunda etapa.

Segundo tempo

Acuado, medroso… como já dizia o mestre Luxa: “O medo de perder tira a vontade de ganhar”, nunca foi tão real como nessa partida. Nem lampejos de ameaça ao gol do Bahia a Raposa teve no segundo tempo. Ao contrário, O Bahia era quem parecia estar em vantagem numérica. Aplicou um vareio na defesa celeste principalmente após a entrada de nosso velho conhecido Lucca.

O meia-atacante infernizou nossa defesa, e a Raposa era inoperante em aproveitar os contra-ataques. Mano demorou uma eternidade para começar a mexer na equipe, mesmo depois que o time da Boa Terra já havia feito todas as suas substituições. Em algum momento Mano poderia ter soltado a equipe, após a entrada da jovem promessa Vinícius Popó. O artilheiro jogou muito longe do gol baiano, preso entre os zagueiros no meio campo.

O Cruzeiro quando tinha a posse não tinha a objetividade necessária para se aproveitar da vantagem numérica. O tempo foi passando, e a Raposa nunca esteve perto do gol nessa segunda etapa. Não teremos Guerreiro de ouro hoje. Não dá para premiar um jogador em um time que não quer vencer.

Quanto ao questionamento inicial, eu falei que formularia minha teoria a respeito, lá vai. Quarta passada contra o Atlético, tínhamos noventa minutos para evitar três gols, esse era o objetivo, e foi alcançado. Neste sábado, tínhamos os mesmos noventa minutos para fazer um gol, sem levar nenhum. Jogando com um a mais, a Raposa poderia ter sido mais ambiciosa em busca dos três pontos. As coletivas pós partida apenas mostram que ficaram felizes com o empate, que medíocre! Na Copa do Brasil valeu uma classificação, no brasileiro um empate com mais sabor de derrota que o revés contra o CAM. Dava para oferecer muito mais.

FICHA TÉCNICA
BAHIA X CRUZEIRO

Local: Arena Fonte Nova, Salvador (BA)
Data: 20 de Julho de 2018, Sábado
Horário: 17h (de Brasília)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Auxiliar: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Bruno Salgado Rizo (SP)
VAR: Márcio Henrique de Gois (SP)

BAHIA: Douglas, Nino Paraíba, Juninho, Lucas Fonseca e Moisés, Gregore, Elton (Shaylon), Artur e Eric Ramires (Fernandão), Élber (Arthur Caíke) e Gilberto
Técnico: Roger Machado

CRUZEIRO – Rafael; Weverton, Fabrício Bruno, Cacá e Dodô; Éderson, Ariel Cabral, Jadson e Maurício; David e Sassá.

Técnico: Mano Menezes.

Agora, os titulares que ficaram descansando em BH precisam muito foco. Até aqui, a partida da próxima semana contra o atual campeão da Libertadores é o jogo mais importante do ano. Vamos torcer ao menos para o DNA copeiro implantado pelo Mano dê um primeiro passo rumo a classificação. Até lá, China Azul.

Guerreiro dos Gramados. Nossa torcida, nossa força!

Por: Álvaro Jr