Calma, ainda está tudo bem


Fala, Nação Azul!

O clássico já passou, dois pontos ficaram para trás e, agora, amargamos a terceira colocação do ruralzão. Tenho insistido em dizer que, dentro das quatro linhas, tudo caminha na mais perfeita ordem para que o time esteja nos trinques para a estréia na Libertadores. No entanto, não só pelo resultado, mas a atuação do Cruzeiro ontem vai na contramão desta minha afirmação.

FICA FRIO, TORCEDOR

O torcedor tem todo o direito de estar preocupado, afinal, estamos jogando APENAS o campeonato mineiro, estamos tendo dias livres para trabalhar o time e, apesar de seguirmos invictos, ainda não convencemos. Porém, mais uma vez, peço-lhes calma! Isto mesmo, calma! Se voltarem ao início do ano passado, lembrarão que o Cruzeiro esteve com a corda no pescoço por diversas vezes no primeiro e que a resposta vinha exatamente quando precisava.

Querem dois exemplos? O jogo de volta da final do campeonato mineiro e as três últimas rodadas da fase de grupos da Libertadores. Aos que não lembram, o Cruzeiro somava 2 pontos e 9 disputados e encontrava-se na terceira colocação do grupo. A partir daí, foram 3 vitórias seguidas, com 13 gols marcados e apenas 1 sofrido, o que nos garantiu a primeira colocação do grupo.

FALTA VELOCIDADE?

A maior dor de cabeça da China Azul deve-se á falta de velocidade do time. O Cruzeiro tem um time extremamente talentoso e técnico, mas que peca no futebol moderno. É visível (pelo menos parar mim) a dificuldade de quebrarmos linhas de marcação, de fazermos o 2 contra 1 pelo lado do campo e, principalmente, chegar com velocidade na linha de fundo. Isso falta mesmo, Mas como vamos resolver? Temos três jogadores de ágeis e de velocidade no time: David, Marquinhos Gabriel e Rafinha. São as três peças que supririam esta nossa carência, mas como encaixa-los no time?

O Cruzeiro joga com quatro homens ofensivos, sendo três meias e um centroavante. Para darmos mais velocidade e profundidade pelos lados, ao menos dois destes quatro homens de frente deveriam ser David, Marquinhos Gabriel ou Rafinha, como foi no jogo contra o Villa Nova. Mas então, supostamente teríamos Robinho, TN10 e Rodriguinho para uma posição. E aí, como faz? Melhor ficar calmo e deixar o pepino pro professor Mano Menezes.

QUEM É O ERRADO?

Um lance chamou muito a minha atenção no jogo de ontem. Perto do fim do primeiro tempo, em jogada pelo lado direito de ataque, Raniel recebeu em velocidade, entrou na área e… achou que tava no clube. Piscina, amor. O cara se jogou de uma forma tão descarada, que nem mesmo um árbitro ruim como o de ontem (e todos do estadual) caiu na dele.

Após o jogo, vi inúmeros cruzeirenses condenando a postura do atleta, o que eu concordo plenamente. No entanto, a maioria destilava ódio e justificava tal atitude como motivo or não ser titular:  “por isso não consegue ser titular”, um reserva de luxo e nada mais”, “seu melhor momento no Cruzeiro é quando fica no banco” etc etc.

Curioso isso né? Na rede social está todo mundo espumando ódio, mas no mineirão estão lá, fritando a cabeça do treinador, pedindo Raniel, Raniel, Raniel. Pessoal, deixa eu contar uma coisa pra vocês. O Raniel num menino da nossa base. Tem 22 anos e um potencial enorme. Ao invés de o jogarmos na lata de lixo por conta de um erro, porque não o abraçamos e damos conforto para melhorar e mudar isso? Ou vocês acham que o Mano fará vista grossa?

“Em relação ao Raniel, é um jogador que já fez gols importantes, em momentos importantes. Vencemos um clássico aqui contra o Atlético, com gol do Raniel, recentemente. Às vezes, a gente demora a aceitar isso, mas ele é um menino, ainda está em formação”
Menezes, Mano.

Por: Paulo Pianetti