COM ELENCO DESACOSTUMADO COM BRASILEIRO, MUDANÇAS SÃO URGENTES


O time do Cruzeiro é repleto de veteranos, isso não é novidade. São vários atletas acima dos 30 anos, principalmente do meio pra frente (Henrique, Cabral, Robinho, Thiago Neves e Fred). O estilo de jogo do técnico Mano Menezes era mais conveniente pra eles. Não precisa marcar no ataque, fazendo pressão no portador da bola ou acelerar na transição. O time esperava no campo de defesa de forma compacta, pressionava eventualmente e, ao recuperar a bola, trabalhava de forma lenta e pragmática, esperando uma falha do adversário para marcar o gol.

Naturalmente esse estilo de jogo deu resultados e colhemos dois títulos nacionais e dois estaduais jogando dessa maneira. Jogadores felizes, técnico respeitado no vestiário e o torcedor, mesmo que alguns a contra gosto, aceitou a proposta. Porém, essa fórmula esgotou. Potencializada também pela grave crise institucional e financeira que o clube atravessa, Mano já não conseguia mais mobilizar e extrair algo do elenco. O ano de 2019 até sua saída foi assim, de altos e baixos. Um início titubeante no Mineiro, depois bons jogos na fase de grupos da Libertadores fizeram com que chegássemos a ser apontados como o melhor time do Brasil. Veio o título Mineiro e o início desastroso no Brasileiro degringolou todo o projeto. Até a saída do antigo treinador, 1 vitória em 19 jogos, eliminação na Libertadores e 18º lugar no Brasileiro.

Rogério chegou com uma proposta diferente e, claramente, encontra dificuldade dentro do grupo, principalmente por parte dos veteranos que já estão saciados após duas conquistas seguidas e se acham no direito de não querer sair da sua zona de conforto. Bastaram os primeiros tropeços (eliminação pro Inter, derrota pro Grêmio) para jogadores como Thiago Neves irem a público reclamar. Além disso, esse elenco está desacostumado a disputar o Brasileiro a vera. Desde o ano passado era notório que a competição de pontos corridos não era prioridade da comissão técnica e diretoria, que colocavam todas suas expectativas – inclusive de receitas – nas Copas. Conveniente, afinal era um caminho mais curto, tínhamos um treinador bom nessa modalidade e os jogos considerados “importantes” eram diminuídos para 16-18. O problema é que agora não há saída. É a história do clube que está em jogo. Sem receitas previstas até dezembro e com salários atrasados, talvez o problema seja muito maior do que Rogério Ceni imaginava.

A tomada de decisão deverá ser rápida e não há espaço para outra coisa que não seja radicalização. Pro Cruzeiro sair dessa situação e Rogério Ceni ter um trabalho aqui (já deixou claro que se não puder mudar do jeito que acha devido, pedirá o boné), deverá afastar quem não esta comprometido em tirar o clube dessa situação. Afinal de contas, estamos nessa estágio também por culpa dos jogadores que estão rendendo muito abaixo do que deveriam e o técnico novo só chegou por causa disso. Ceni tem personalidade forte, não é apegado ao cargo e quer fazer a diferença. Sem dinheiro e com janela de transferências limitada, talvez seja a hora de utilizar alguns atletas da base. Mudanças são urgentes e quem não estiver a fim deverá ser cortado.

#MeDibre

Fonte: Deus Me Dibre – Conteúdo disponibilizado pela fonte via RSS/Feed