Cruzeiro em colapso institucional


O Cruzeiro anunciou nesta terça-feira (19) mais um reforço, o volante Denílson, que estava jogando no Oriente Médio e teve passagens pelo São Paulo e Arsenal. Denílson é o sétimo reforço do que chega gerando uma expectativa positiva na torcida e com um currículo que o credencia a ser jogador do Maior de Minas. Robinho, Romero, Ábila, Sóbis, Rafinha e Lucas foram os outros nomes. O último, por sinal, é até aqui uma grande decepção. Os demais reforços, com exceção do Pisano, Mino e Edimar, foram apostas que sempre considerei burras e impensadas, com destaque para o Gino, que até mesmo me fez desconfiar da sanidade dos nossos dirigentes.

No entanto, mesmo com a qualificação no elenco, o cruzeirense ainda não consegue demonstrar nenhum otimismo. O time é instável, não passa nenhuma segurança e parece involuir a cada rodada. O elenco deixa de ser desculpa com a chegada dos reforços e com a volta de alguns jogadores machucados. A responsabilidade começa a respingar em Paulo Bento, que até outro dia era blindado pela maior parte da torcida.

A cada dia fica mais claro que o problema não está dentro de campo e também não é com o treinador. Há no Cruzeiro um presidente com ideias ultrapassadas sobre futebol e gestão. Um senhor que já contribuiu muito, mas que agora já não tem mais capacidade e visão para comandar uma instituição tão grandiosa.

Temos um presidente completamente perdido, e este vácuo imenso na liderança do clube gera a instabilidade que faz o time render muito menos do que pode. Ou vão me dizer que nosso elenco está entre os quatro piores? Nome por nome, o nosso time era para lutar por vaga na Libertadores. Com a camisa do Cruzeiro, a força de sua torcida e toda a sua tradição, somente com muito amadorismo no comando para estarmos na zona.

Um pouco abaixo na pirâmide, um cruzeirense apaixonado na vice-presidência e um diretor de futebol promissor. Ambos são inteligentes e tem boas intenções, mas ainda são muito imaturos no futebol para segurarem a bronca. O Cruzeiro é hoje um clube sem nenhum comando, sem liderança e sem perspectiva. Creio que os diretores, que contrataram bem no meio do ano, não têm ainda a experiência necessária para criar sinergia entre todas as partes. Habilidade que sobrou ao Mattos, por exemplo, em 2013/14.

Um exemplo prático disso: não há profissionalismo nem no relacionamento com a imprensa. A comunicação do clube é muito falha. O fato de torcedores serem fontes de informações privilegiadas comprova que ali a maioria das pessoas não tem noção do que está fazendo. Além disso, continuamos tendo um departamento de marketing ultrapassado e que não explora o potencial do clube como deveria.

Não dá mais para aceitar com tanta passividade um clube como o Cruzeiro sendo gerido dessa forma. Já se vão duas temporadas seguidas com o torcedor apreensivo com medo de ser rebaixado. Se tivéssemos no clube uma oposição forte e com boas ideias, ainda poderíamos ter esperanças de melhora em 2018. O pior e é que vemos justamente o contrário.

Do outro lado da força pode estar Zezé Perrella, uma das figuras públicas com referências – digamos assim – nem de longe boas. Alguém que espero nunca mais ver no comando o clube que torço, por inúmeras dúvidas que pairam sobre sua conduta ao longo da vida, futebolística e política.

Estamos em colapso? Como tudo na vida, sempre há um caminho, especialmente para aqueles que acreditam e têm fé. E com oito milhões de apaixonados engajados em mudar o rumo desta história, seguiremos novamente rumo à glória!

Por: Thalvanes Guimarães