Cruzeiro o Campeão da Década


A torcida celeste voltou a comemorar títulos na década de 90. E foram muitos: duas Supercopas, duas Copas do Brasil, uma Libertadores, uma Recopa, uma Copa Ouro, uma Copa Master, uma Copa Centro-Oeste, duas Copas dos Campeões Mineiros e seis Campeonatos Estaduais.

Sem falar em outros títulos de menor expressão, como o Troféu Wilson Piazza (RS e MG) e a Copa Tóquio Dome (Japão).

A sucessão de conquistas começou em 1990, com o Campeonato Mineiro, vencido sobre o rival, com gol de Careca. A torcida percebeu que o espírito vencedor e guerreiro do clube estava voltando.

O Cruzeiro passou 15 anos seguidos conquistando títulos: 17 no total. Esse feito só batido pelo Real Madri, que permaneceu levantando canecos durante 17 anos (1955 até 1972). Tamanho feito foi possível graças a eficiente administração do clube durante esses anos.

Muitos ainda criticam a diretoria celeste por se preocupar excessivamente em vender jogadores, mas não tem como negar que o modelo implantado foi decisivo para formar times vencedores. O Cruzeiro é conhecido por pagar salários em dia e não comprar peças muito caras para compor seu elenco. Dessa forma sempre há dinheiro entrando no caixa, o que atrai patrocinadores e, principalmente, novos torcedores.

Uma característica muito importante e que fez do time uma referência internacional foi a capacidade de recuperação da equipe. Na final da Supercopa de 1991, por exemplo, o River ganhou o primeiro jogo por 2 a 0, na Argentina. Na volta a China Azul ainda acreditou e lotou o Mineirão. Quase 70.000 pagantes viram a Raposa fazer 3 a 0, gols de Ademir e Mário Tilico (2).

A Supercopa do ano seguinte foi um marco na história do clube. Uma média impressionante de 73.000 pagantes por partida mostrava o quanto a torcida estava empolgada com o time, muito bem montado por Jair Pereira. O “Dream Team” celeste contava com a ótima dupla de ataque Roberto e Renato Gaúcho, o meia Douglas, ídolo da torcida na “década perdida”, o zagueiro Luizinho e o armador Betinho. A Raposa goleou o Racing, no Gigante da Pampulha e conquistou o título fora de casa, perdendo por 1 a 0 em Avellaneda.

A Copa Ouro, disputada contra o São Paulo, teve o primeiro jogo terminado de forma polêmica, pois o Cruzeiro ficou com apenas 6 jogadores em campo, número insuficiente para continuar jogando. Por causa disso o árbitro, Wilson de Souza Mendonça, interrompeu a partida. O segundo jogo, no Pacaembu, teve o resultado decidido nos pênaltis. Deu Cruzeiro, graças a uma memorável atuação do goleiro Dida. O Cruzeiro havia jogado com o time misto e surpreendeu a todos mais uma vez.

E a sequência de reações históricas não parou aqui. No ano seguinte a maior dela viria na conquista do Bi-campeonato da Copa do Brasil (o primeiro título veio três anos antes, contra o Grêmio) em cima do Palmeiras. A primeira partida terminou empatada em 1 a 1, no Mineirão. Ambos os times tinham o melhor elenco na época. O time paulista ainda era ajudado pelo patrocínio milionário da falida Parmalat. A segunda partida, disputada no Parque Antártica, teve como resultado final uma virada surpreendente dos visitantes. O grande nome do jogo, porém, foi novamente o goleiro Dida, tendo uma atuação que muitos consideram a melhor de sua extensa carreira. Ainda no mesmo ano o Cruzeiro conquistaria o Campeonato Estadual na última rodada, contra o América, permanecendo um ponto a frente do rival alvinegro, que empatou em 0 a 0 a última partida, contra o Uberaba.

A maior conquista da década viria no ano seguinte, na forma do Bi-campeonato da Libertadores. Mais uma vez o clube mostrou sinal de que nunca pode ser dado como derrotado. Como uma fênix o time ressurgiu das cinzas na primeira fase, após perder sucessivas partidas, contra o Grêmio, Alianza e Sporting Cristal. Venceu os três jogos restantes e se classificou graças ao tropeço dos adversários. A última partida foi contra o mesmo Sporting Cristal, com uma vitória por 1 a 0, no Mineirão, com gol de Elivélton.

Na década seguinte o time ainda faturaria mais uma Copa do Brasil e a maior conquista da sua existência: a Tríplice Coroa. Mais detalhes na próxima e última parte da história do maior clube de Minas Gerais.


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