Dinheiro não compra camisa pesada (Atlético 2 x 0 Cruzeiro – Copa do Brasil – Quartas de final)


Salve, guerreiros!

Pode não ter sido a classificação dos sonhos do cruzeirense que, a essa altura do campeonato já deveria estar acostumado com o padrão Manobol de qualidade. Vários “posts” no microblog Twitter ironizando o fato que o treinador celeste adora uma contagem mínima, portanto, explica porque a Raposa jogou para o gasto. Entretanto, este colunista não enxerga bem assim. Essa análise de que o Cruzeiro jogou pelo resultado é muito simplista, na verdade. O time Cinco Estrelas fez muito mais do que isso, pois em momento algum teve sua classificação ameaçada pelo código de barras. Se você, leitor cruzeirense amigo quiser discordar, tem todo direito e espaço nas redes do Guerreiro dos Gramados para manifestar-se, porém, manterei minha opinião até o fim. Caso esteja “resmungando” a classificação magra, lembre-se, mesmo com todo seu poder econômico Flamengo e Palmeiras foram eliminados* nesta quarta-feira. Falando em quarta, parece que finalmente a “quarta tem mais” do Goulart chegou (risos).

O jogo

Do jeito que este que vos escreve esperava, um Cruzeiro fechado mantendo suas linhas esperando uma bola para matar o confronto. Aí vocês pensam: “Mas essa frase aí é o contrário do que você escreveu acima.” Seria, senão fosse a forma magistral em que o Cruzeiro jogou defensivamente. O Atlético chegou a ter 70% de posse de bola, mas, se Fábio foi exigido em dois ou três lances durante o jogo foi muito. O Atlético teve duas finalizações certeiras, que resultaram em seus gols, o segundo, aos 48′ do tempo derradeiro quando não havia tempo para mais nada. Por isso afirmo sem medo, a classificação da Raposa não foi ameaçada em momento algum.

Primeiro tempo

Um vareio atleticano no início, mas, ainda assim, as duas primeiras chances de gol foram da Raposa. Uma com Robinho que chutou para fora, e outra em que Patrick que resvalou uma cobrança de falta que quase engana Vitor. Fábio faz sua primeira grande intervenção da noite defendendo um chute a queima roupa de Elias.

O Atlético então consegue seu primeiro gol da noite com Cazares que pegou uma sobra na entrada da área e acho um caminho impossível para matar Fábio que nada pode fazer com a visão muito encoberta. A partir daí o time zebrado impetuosamente buscava o segundo sem organização alguma, enquanto a Raposa organizadíssima na defesa ia frustrando as ações alvinegras. Dedé um mostro, Orijuela nem parecia estar voltando de lesão séria e cirurgia, acabou com o jogo atleticano por seu lado.

A única peça que parecia destoar do grupo celeste era Fred. Lento, isolado, previsível, não conseguiu nem segurar a marcação adversária abrindo espaços para a velocidade de Pedro Rocha e Marquinhos Gabriel. A Raposa leva para o intervalo considerável vantagem em seu objetivo.

Segundo tempo

Esta etapa não foi muito diferente da primeira. Pela necessidade do resultado, o Atlético se lança ao ataque, entretanto a Raposa segue absoluta na defesa. Muito organizada, ia frustando os ataques atleticanos que não eram tão contundentes assim mesmo com amplo domínio de posse de bola. Dedé Seguia absoluto pelo alto, Orijuela fechando a direita, Egídio a esquerda e o Cruzeiro buscando sua bola.

Ela veio com Pedro Rocha aos 19′ de segundo tempo, mas, o tento acabou anulado com auxílio do VAR. A confusão  gerou a expulsão de Alerrandro do Atlético e David do Cruzeiro (em nosso caso é quase um favor). Pedro Rocha terminou amarelado e o saldo foi para lá de negativo, uma vez que o lance faltoso em Fábio Santos é muito discutível, mas, desde a eliminação para o Boca (VAR) ano passado, nós cruzeirenses já aprendemos que às vezes, o árbitro de vídeo auxilia o juiz a justificar o roubo.

O gol de Otero no apagar das luzes (disso o CAM entende), não foi suficiente para estragar a classificação do Cruzeiro que já estava assegurada desde a quinta da semana anterior. Guerreiro de ouro para Dedé. Só uma coisa a dizer sobre o zagueiro: “Que homão da muléstia”! Guerreiro de lata para David pela expulsão (e pelo gol perdido contra o Botafogo, que pesou mais).

Classificação de Camisa pesada, que ostenta as Cinco Estrelas. Carrega o peso de nove milhões de apaixonados. Enverga as seis Copas do Brasil conquistadas sobre grandes times. Enquanto vai “loading” o hepta. Vamos Cruzeiro!!!

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-MG 2 x 0 CRUZEIRO

Estádio: Independência – Belo Horizonte (MG)

Data-hora: 17 de julho de 2019, às 19h15

Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza(SP)

Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Alex Ang Ribeiro(SP)

Árbitro de vídeo: Vinicius Furlan(SP)

Cartões Amarelos: Fábio, Egídio, Robinho, Pedro Rocha, David(CRU), Jair, Cazares. Luan, Ricardo Oliveira(ATL)

Cartões Vermelhos: Alerrandro(ATL), David(CRU)

Público e renda: 22.145/R$ 1.352.396,00

Gols: Cazares, aos 34′-2ºT(1-0), Patric, aos 47′-2ºT(2-0)

ATLÉTICO-MG: Victor; Patric, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Jair(Ricardo Oliveira, aos 24′-2ºT) e Elias(Luan, aos 11′-2ºT); Otero(Geuvânio, aos 18′-2ªT), Cazares e Chará ; Alerrandro. Técnico: Rodrigo Santana

CRUZEIRO: Fábio; Orejuela, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Lucas Romero, Robinho(Jadson, aos 17′-2ºT), ,Marquinhos Gabriel e Pedro Rocha(Dodô, aos 37′-2ºT) e Fred(David, aos 13′-2ºT) Técnico: Mano Menezes

Agora é voltar a atenção para o Brasileiro onde precisamos urgentemente somar pontos. Não dá para flertar com a zona de rebaixamento por muito tempo, caso contrário, vai ficando cada vez mais difícil deixá-la para trás. Até lá, China Azul!

Por: Álvaro Jr

*Grifo do autor