Dirceu Lopes coadjuvante?


dirceulopes-cruzeiroesporteclube

Na sua coluna de hoje, na Folha de São Paulo, Juca Kfouri exaltou os times de Minas. Fez com propriedade e qualidade, como de praxe.

Uma frase, no entanto, me chamou a atenção. Escreveu ele: “Surgiram Tostão e companhia, um Cruzeiro tão estelar que tinha Dirceu Lopes, dos maiores gênios do nosso futebo, como coajuvante”. Coadjuvante?

Parei, pensei, reli e, inevitavelmente, balancei negativamente a cabeça.

Juca errou. Não dá para chamar Dirceu Lopes de coadjuvante. Definitivamente, não dá.

É bem verdade que o lendário camisa 10 celeste não jogou Copa do Mundo. Tostão disputou duas. 

Ninguém contesta também que Tostão, ao lado de Pelé, formou uma das duplas mais exuberantes da história do futebol, na Copa do Mundo de 1970.

Mas daí dizer que Dirceu Lopes era um coadjuvante daquele Cruzeiro… Não, não dá.

Para exaltar Tostão, o grande Tostão, não é preciso defini-lo como único protagonista da Academia. Dirceu e Piazza, por exemplo, também o eram.

Tanto eram que compunham, com Tostão, o lendário tripé-cruzeirense.

Ora, amigos, Garrincha não estava louco da cabeça quando bateu à porta do quarto de Dirceu Lopes e, ao ser atendido por Raul, perguntou: “cadê Dirceu, o melhor jogador do mundo.”? 

Nem João Saldanha sem juízo quando disse que uma das maiores tristezas que sentia por não ter ido à Copa era porque Dirceu também não fora.

É, caro Juca, nesta, escorregastes.

Dirceu era, é e sempre será protagonista!

Coadjuvante é a Copa de 1970, que não o teve.