Economias que geram prejuízos!


Copa do mundo, Campeonato Brasileiro rolando com disputas acirradas em todas as partes da tabela, final da Libertadores, Copa do Brasil. Nada disso me chamou mais atenção e me causou mais surpresa e espanto do que uma cena até então inédita dentro da minha casa:  A camisa de outro time, que não seja o Cruzeiro, vestida por um membro da família.

Economias que geram prejuízosEm uma casa 100% celeste, com torcedores fanáticos pelo clube nas mais variadas proporções, onde se encontra dos mais variados formas de externar essa paixão, desde um imã de geladeira a uma coleção de camisas celestes, uma camisa estranha foi vista nesse fim de semana quando saia para um jogo de futebol.

A cena, a princípio me causou receio e fez minha mente se transformar em uma verdadeira guerra argumentativa do motivo daquilo ali estar acontecendo, afinal a camisa era listrada em preto e branco, sem patrocínio e logo imaginei ser a do nosso eterno rival Atlético Mineiro. Foram 5 metros até chegar à pessoa que pareciam 5 km de tanta aflição.

Quando me aproximei da pessoa notei que a mesma exibia a camisa com certo orgulho e falava com um amigo que carregava o número do seu ídolo nas costas.

Sem mais delongas ou suspense, a camisa era do Santos Futebol Clube e era vestida por meu sobrinho, querido pupilo em termos futebolísticos e que no dia 20 de outubro completa exatos 13 anos de idade.

Ao abordá-lo e questionar o motivo de usar uma camisa assim, não ganhei nada em termos de explicações (seria até crueldade exigir isso de um menino de quase 13 anos), mas sim um leve sorriso sem graça no rosto e a informação de que ele vestia a camisa não por causa do Santos em si, mas sim por ser fã do jogador. Não rendi o assunto e tomei a decisão de relevar isso, mas confesso a vocês que não consegui!

Minha preocupação maior não é nem com o membro da família usando camisa de outro time, até por que uma boa conversa de tio para sobrinho já foi feita e tudo foi resolvido e esclarecido sem esforço. Não é raiva do Santos ou qualquer problema com a camisa ou o jogador que a veste. O problema pra mim é bem mais sério do que apenas um incômodo pessoal ou familiar, futebolisticamente falando.

Questionamentos como o de, se estamos perdendo nossos futuros torcedores celestes, quantos torcedores mais não vestiram uma camisa de outro clube nacional ou internacional ou trocaram de time, o que está faltando ao Cruzeiro para “recrutar” novos torcedores como fez espetacularmente na década de 90 invadiram minha cabeça e não saem mais. Sou daqueles que prefere evitar problemas ao invés de deixá-los acontecer para tentar solucioná-los. Penso tanto nos problemas atuais como nos que teremos a longo prazo caso esse quadro de migração de torcedores se concretize como aconteceu com tantos outros clubes no Brasil.

Economizar muita na formação de um time que acaba não conquistando nada e vender jogadores aos montes já é uma forma de renda arcaica e ultrapassada, não cria identidade do jogador com o clube e também não rende ao torcedor a sensação de ter um ídolo, um “herói”, principalmente para a meninada que torce e gosta de futebol!

Vocês já pararam para pensar no tamanho do prejuízo que um clube tem com a perda de um torcedor? Valores incalculáveis!

Montar times competitivos, conquistar grandes títulos e principalmente segurar nossos ídolos se tornou vital em uma era em que a informação é tão acessível a todos, principalmente pela internet que facilita a comunicação encurtando distancias continentais e da acesso, principalmente ao jovem, a qualquer clube no planeta!

Listar os motivos para esse tipo de acontecimento precisa ser feito, pensado e estudado a fundo! Uma solução de imediato precisa ser feita para que não ocorra isso nem com meu sobrinho e nem com nenhum jovem torcedor cruzeirense. Afinal, se o jovem é o futuro de um país, é também de um clube de futebol!