Elenco e torcida: os pontos da virada


A vitória contra o Santa Cruz veio, incontestável, por 2 a 0. Tão importante quanto os 3 pontos na tabela e a possibilidade de distanciamento da zona de rebaixamento, foi a participação do torcedor no Mineirão. Mais de 50 mil presentes na Toca 3 para apoiar os guerreiros dos gramados e empurrar o time celeste para alcançar o triunfo. Se torcedor não faz gol, e, consequentemente, não ganha jogo, nossa fase não permite desprezar nenhum tipo de ajuda. E o Mineirão pintado de azul fica ainda mais espetacular. Vivemos ontem um cenário de sonhos, após tantas tormentas e pesadelos na temporada.

Entretanto, o grande destaque para esse momento onde os ventos do destino parecem começar a soprar ao nosso favor, vem do comportamento dos atletas e de alguns acertos da diretoria. Pois é, essa mesma diretoria que esbanjou omissão, errou em todo tipo de escolha possível e está longe de merecer elogios, também acertou em alguns aspectos na montagem do plantel que temos hoje. Principalmente nos reforços trazidos durante a era Paulo Bento. Analisando o time, Rafael foi melhor que o lesionado Fábio no gol. Na defesa, Lucas vem subindo de rendimento após o início terrível. E Edimar tomou conta da lateral esquerda, foi um grande achado do nosso antigo treinador português.

Manoel é um zagueiro tão bom que tem conseguido até melhorar o desempenho de Bruno Rodrigo, terrível nos primeiros meses do ano. No meio-campo, Henrique, Romero e Ariel já estavam por aqui, mas não conseguiam boas exibições. Robinho, livre de lesões, torna-se um dos elementos mais criativos do elenco, contribuindo de forma muito efetiva nas assistências. O recém-chegado Denilson também pode ser importante, assim como Marciel, agora livre de lesão. Na linha mais ofensiva, Arrascaeta tem se achado, Sobis contribui muito para o time e Ábila faz os gols que Willian, Rafael Silva, Douglas Coutinho e Riascos faziam questão de perder.

Rafael Sobis merece uma análise bem específica. Não gostei da sua contratação por ser um jogador de poucos gols. Como sempre comparei, é uma espécie de Willian loiro. No entanto, o camisa 7 vem mostrando boa qualidade para fazer o time jogar, uma dose de experiência que fazia muita falta em momentos decisivos das partidas e, principalmente, uma disposição na marcação de fazer inveja. Muito aplicado taticamente, é um dos pilares para nossa reação. E este colunista fica muito feliz em reconhecer a língua queimada.

A motivação para este texto veio justamente após discussão sobre o substituto de Sobis, suspenso. Mano Menezes pode optar por Rafinha, Alisson, Marcos Vinícius, Élber ou Willian, sem precisar mudar o esquema tático da equipe. Isso sem contar em outras alternativas menos usuais e qualificadas, como Bruno Nazário e Coutinho, ou nos lesionados Alex e Judivan. Portanto, é oficial: habemus elenco! Após tanto sofrimento, o caminho parece aberto para que o time do Cruzeiro cresça, se estabeleça em uma posição tranquila no Brasileirão e lute pelo penta da Copa do Brasil.

Por: Emerson Araujo

Foto: Washington Alves/Light Press