Esqueçam o Mano Menezes


Salve Nação!

Um fato tem me incomodado bastante a cada novo revés sofrido pelo Cruzeiro. A ressurreição do nome de Mano Menezes, como se Paulo Bento, realmente, estivesse fazendo um péssimo trabalho. Desde a derrota para a Chapecoense até o empate contra Vitória, já ouvi da boca de torcedores do Cruzeiro sobre: grupo rachado, pacto para derrubar Paulo Bento, “medalhões” insatisfeitos, corpo mole… E há quem diga que é a imprensa que cria crises e tumultos dentro do clube, hein?

É inegável a qualidade de Mano Menezes. A meu ver, está atrás apenas de Tite, Cuca e Marcelo Oliveira no Brasil, hoje. Em sua curta passagem por aqui, em 2015, deu bons sinais de que poderia fazer em 2016 um trabalho vitorioso no Cruzeiro. A escolha pela China, motivada pelas altas cifras – que não condeno – foi, também, uma escolha de risco para sua carreira. Em crescente no Cruzeiro, Mano poderia ter alcançado aqui uma visibilidade muito maior e, provavelmente, estaria empregado até hoje, em um Cruzeiro disputando as primeiras posições na tabela. Hoje, é só mais um desempregado no mercado e taxado de mercenário por muitos.

Mas a vida dele pouco me interessa. Não sou viúva e não o quero de volta.  Torço pelo Cruzeiro e, consequentemente, pelo sucesso de Paulo Bento. É óbvio que existem erros e equívocos no trabalho do português e que devem ser explanados, mas não existem motivos plausíveis para que a torcida peça a saída de Bento e a volta do gaúcho. A aposta em jogadores da base, uma das maiores críticas ao trabalho do “portuga”, é válida a partir do momento em que nossos “medalhões” não estão rendendo em campo. Se Gino, Bruno Rodrigo, Willian, Riascos, Lucas e Bryan não conseguem jogar, a culpa não é do treinador por colocar jogadores jovens. Pelo contrário, a culpa é da diretoria que não ofereceu material humano decente e do DM que segue sem liberar ninguém. Aliás, os nossos melhores reforços estão internados por lá, fazendo uma falta absurda.

Se há questionamentos aceitáveis sobre o trabalho de Bento até aqui são por substituições, escalações e esquema de jogo. Críticas sobre conceitos, convicções em relação à escolha de jogadores e método de trabalho, é balela e diversidade de opiniões. No jogo contra o Vitória, por exemplo, o treinador errou por optar em jogar apenas com dois volantes, sendo que Bruno Edgar (PAREM DE CHAMÁ-LO DE RAMIRES) não tem boas características defensivas. Outro ponto que considerei um erro foi a entrada de Élber como titular, tendo em vista o jogo razoável feito por Písano contra a Chapecoense e o estado físico de Élber, que voltou a se lesionar no segundo tempo da partida. O que talvez tenha gerado mais fúria no domingo foi à demora em colocar Willian no jogo. Mesmo no auge da sua inutilidade, ele saberia segurar o jogo e seria mais uma opção ofensiva nos contra ataques.

Enfim, o que venho percebendo na torcida, é que as contratações de Ábila e Sóbis, apresentados no domingo, fizeram “bem” à diretoria. Não vejo/ escuto/ leio mais cobranças em relação às carências do elenco, como antes. Seguimos precisando de reforços e as movimentações de Gilvan e sua trupe parecem ter entrado em estado de inércia.

É preciso que a torcida volte a cobrar, mas, acima de tudo, é necessário que Paulo Bento seja apoiado. O trabalho é bom e consistente. Apresenta erros, assim como qualquer outro, e deve ser cobrado por isto, mas nada justifica clamar a volta daquele que rasgou nosso planejamento e respeito no fim do ano passado para assumir o Shandong Luneng, da China.  Portanto, esqueçam Mano Menezes!

Esse mimimi todo está parecendo mais um marido traído se humilhando pela volta da esposa!

Por: Simon Nascimento