Luan, o rejeitado favorito


 - Cruzeiro Esporte Clube

Caros amigos, estava assistindo os gols do jogo São Paulo x Cruzeiro, os do Luan, pasmem os três gols e resolvi tecer algumas palavras relacionadas a algumas situações que envolvem o referido atleta.

A história do nosso anti-herói começa na sua contratação até chegar aqui, onde o jogador acaba de marcar seu nome na galeria deste confronto, sendo que é a primeira vez que o Cruzeiro vence o São Paulo por três gols de diferença.

Luan veio para o Cruzeiro envolvido em uma negociação onde os jogadores Charles e Marcelo Oliveira, foram enviados para o Palmeiras, sem detalhes, pois essa não é a intenção. Ele tinha uma rejeição alta por parte da torcida alviverde, mas chegou ao Cruzeiro referendado por nada mais nada menos que o atual técnico da seleção Brasileira, Felipão, dizendo que se tratava de um jogador de não muita técnica, mas de muita vontade e entrega. Essa rejeição transferiu-se para a China Azul juntamente com o atleta e logo em seus primeiros minutos com a camisa azul foi sendo hostilizado por essas pessoas que não gostaram de sua chegada.

Após um campeonato mineiro em que quase tudo foi festa, devido ao fraco nível dos vários adversários e no qual Luan passou praticamente despercebido, começa o brasileiro onde o Cruzeiro de Marcelo Oliveira seria realmente colocado à prova. Na primeira rodada, atropelamos o Goiás e nesse caso tudo é válido. Vem o segundo jogo contra o Atlético Paranaense, todos se lembram do tormento que foi por causa do mangue em que a partida foi realizada e apesar de toda cornetagem tendo como alvo Luan, é ele quem fez o gol de empate que nos garantiu um ponto que parecia perdido. A terceira rodada chega e entendo que esse era nosso primeiro confronto direto, Anselmo Ramon e Luan abusam do direito de perder gols que poderiam ter nos dado no mínimo um empate, mas ficamos todos com a sensação que dava para ter vencido. Afirmo a vocês que nessa altura do campeonato qualquer cruzeirense já classificava Luan como jogador sem condições de vestir o manto.

Na vitória sobre o Corinthians por um a zero com gol de Dagoberto, lembro-me bem do questionamento da torcida porque Luan entraria no jogo. Vem o empate contra o Inter e uma situação curiosa acontece, Dagoberto sai lesionado, entra Élber que também se machuca, entra quem? Luan! Não tem ninguém de melhor qualidade no banco não? (parada da copa das confederações).

Volta o brasileiro e o adversário é a Lusa no Canindé e depois na sequência o fraco Náutico e nosso anti-herói, apesar de titular, passa em branco nas duas partidas. Todos estão absolutamente convencidos de que Luan deveria estar bem longe do Cruzeiro.

Vem então, o jogo contra o São Paulo, há um tabu de nove anos sem vencer o rival tricolor, chega a hora e a vez de Luan. Com três gols e uma atuação taticamente sensacional o jogador consegue um feito inédito em sua carreira: marcar três vezes em uma só partida.

A essa altura do texto, vocês caros leitores, já devem estar se perguntando onde quero chegar, correto? Respondo com outra pergunta: De repente Luan é o cara? Em minha opinião, não é. Mas uma coisa já ficou muito clara para mim, inclusive até já escrevi outras colunas sobre isso aqui no Guerreiro dos Gramados, é o seguinte, temos um grupo! Temos elenco!

É possível ter elenco com trinta jogadores no mesmo nível? Não! Temos Dagoberto e Borges, titulares sem dúvida, temos reservas imediatos, Vinicius Araújo, Martinuccio, Lucca, Élber e Ricardo Goulart. E temos Anselmo Ramon e finalmente Luan. São os atacantes dos nossos sonhos? Não, mas quando entram, cumprem com determinação a função tática que lhes é determinada e isso é muito importante para o treinador. São jogadores da absoluta confiança de Marcelo Oliveira, o que o faz ter o grupo nas mãos.

Uma coisa é certa, jogadores ganham jogos, times vencem campeonatos! Luan pode não ter nossa preferência, mas está inserido num contexto de coletividade importantíssima para que os objetivos (títulos) sejam alcançados. Se lembrarmos, que nos últimos nove anos perdemos sempre cinco ou seis pontos para o São Paulo e fazendo um exercício de boa fé, chegarmos em dezembro campeões por até três pontos, vamos lembrar-nos desses conquistados na noite de sábado pelo rejeitado favorito do nosso elenco. Parabéns pelo feito Luan! Que outras atuações como a de sábado possam vir!

Saudações Celestes