Me desculpe, Gilvan!


Já é tarde do dia 14 de outubro de 2015 e, pela manhã, tive a notícia da efetivação de Sergio Rodrigues como Superintendente do Futebol Profissional do Cruzeiro. Isso me fez recordar uma das maiores reinvindicações da China Azul, principalmente nos últimos tempos: a renovação da nossa diretoria.

Gilvan começou no Cruzeiro tendo a desconfiança de praticamente toda a torcida. Queríamos uma nova forma de governo, com novos pensamentos, mais ambição e audácia no mercado. O presidente, indicado por Zezé Perrela não parecia a melhor opção àquela época.

Anos se passaram, e Gilvan está se tornando o presidente mais vitorioso da gigantesca história do Cruzeiro. Em três anos de mandato, foram dois títulos Brasileiros e uma final de Copa do Brasil. Não é para qualquer um.

Mais do que isso, Gilvan nos deu, novamente, a confiança em nosso time. O presida trouxe à realidade algumas das maiores reinvindicações da torcida. Dou alguns exemplos:

Sempre cobramos dos nossos mandatários uma posição mais firme perante o mercado. Em 2012, ao assumir definitivamente o clube, sofremos com o assédio de vários clubes a um de nossos principais jogadores na época, Montillo. Diversas boas propostas, mas Gilvan manteve firme sua posição de não negociar o jogador por um valor menor que o pedido. Já deixou uma boa impressão.

Em 2013, um elenco completamente reformulado, com mais ousadia nas negociações. Conduzidas pelo Mattos, é verdade, mas nada no clube é aprovado sem o aval do presidente. O Resultado, todos sabem.

Temos que admitir que o presidente não entende nada de futebol mas, amparado por bons profissionais que tem esse conhecimento, o sucesso é consequência. Sabemos também de sua arrogância, em não admitir erros, se vangloriar isoladamente por sucessos coletivos, entre outros defeitos. Confesso que o critiquei bastante nos últimos tempos, por seguidas presepadas. Mas todos sabem também quem era o rato que fazia a cabeça do presidente. Nenhum ali sabe nada de futebol. Sou meio descrente, mas a proposta do Coritiba para Valdir Barbosa parece presente divino.

Após a queda de Luxemburgo, Tinoco e Valdir, começou uma reformulação na diretoria celeste. Gilvan resolveu ouvir um pouco mais a torcida e rejuvenescer o topo da pirâmide organizacional do Cruzeiro. Sangue novo, mas, principalmente, sangue Cruzeirense.

Por isso peço desculpas ao presidente.

Em quase quatro anos de mandato já nos deu dois grandes títulos, respeito do mercado, e a renovação da diretoria, tão cobrada nos últimos anos. Mais do que isso, em anos de Cruzeiro, Gilvan é o primeiro presidente que eu vejo escutar a torcida, de fato.

Tem seus defeitos e quase nos conduziu ao descenso, mas ouviu a torcida e está realizando uma verdadeira revolução no gerenciamento do clube que amamos.

 

Por: Luciano Batista