O Melhor em campo: figurinha carimbada


Todo bom time começa por um bom goleiro, mas não pode ser só isso. Fábio é figurinha carimbada nas eleições de “melhor em campo” e isso precisa mudar. A importância de ser eleito o melhor jogador em campo é relativa. É um premio que serve mais como parâmetro de desempenho do que como um premio propriamente.

Enquanto torcedora, acho interessante que o melhor jogador da partida seja do Cruzeiro. É gratificante saber que nossos jogadores são capazes de se destacar em meio aos demais e isso alimenta as expectativas em torno do elenco celeste.

Há tempos eu torcia para que nosso goleirão Fábio conseguisse o premio de melhor em campo. Num passado não tão distante, Fábio passou por maus momentos no Cruzeiro e a china azul, sempre exigente, cobrava e criticava bastante o jogador. Eu, assim como alguns outros, defendi o Fábio, pois acreditava no potencial que ele tinha. Torcia para que ele fosse o destaque da partida para que, dessa forma, a torcida conseguisse gradualmente deixar de lado o passado e enxergar as boas atuações que Fábio vinha tendo. Dito e feito. Demorou mais do que eu gostaria, mas Fábio está na lista de muitos como um dos melhores goleiros do Brasil e é considerado pela maioria esmagadora da torcida celeste como peça indispensável no elenco.

16.08 - Fábio, goleiro - Foto: VipCommNessa ultima partida, disputada no Mineirão, contra o time santista, o Cruzeiro ficou, novamente, nas mãos de Fábio. Nosso goleiro, mais uma vez, fez boas defesas e garantiu o ponto de empate, já que nosso ataque não conseguiu acertar a meta adversária. Graças a mais uma boa atuação, o dono da camisa 1 foi eleito o melhor em campo pela Rádio Itatiaia. Bom sinal? Não mais.

Antes, ser eleito o melhor em campo, concedia a Fábio um maior respeito, principalmente por parte da torcida cruzeirense. Esse respeito gera apoio, que é de grande importância para o jogador. Principalmente um jogador como Fábio que ostentou por tanto tempo a braçadeira de capitão do time celeste. Entretanto, ter o goleiro como o melhor jogador do time, pode ser um mau sinal. Acredito sim que todo bom time começa por um bom goleiro. Mas como diz a máxima, não é apenas um bom goleiro que faz um bom time. Precisamos que os demais jogadores também tenham bom desempenho.

A situação atual ilustra bem isso. A zaga celeste, mais jogo menos jogo, sofre com desfalques e não consegue cumprir seu papel de forma desejada. Em seguida, temos o meio de campo. Já superamos a saída de Ramires e, mais recentemente, a saída de Wagner (que não foi um choque tão grande já que o jogador não vinha apresentando o melhor do seu futebol e já desfalcava o time há algumas rodadas). Estamos lidando com a queda de rendimento do Fabrício e apoiando meio de campo em uma nova estrutura que ainda parece ter problemas de adaptação. Resultado: mais um setor que não apresenta um desempenho tão agradável. Por fim, o ataque: Kleber passou várias rodadas desse turno de brasileirão exercendo a função de armador e na expectativa de que sua dupla fosse mais eficiente na finalização. Thiago Ribeiro, Wellington Paulista, Rômulo, Soares: nenhum deles conseguiu ser deveras eficiente ao lado de Kleber. Nosso ataque tem errado em demasia o caminho do gol.

Nesse contexto, acaba que Fábio é eleito o melhor jogador em campo não só por sua competência, mas também pela falta dessa mesma competência ao restante do elenco. Ver, sucessivas vezes, Fábio sendo eleito o melhor em campo me faz crer que estamos com um problema sério. O Cruzeiro precisa reagir logo. Tomar uma atitude de time, se firmar como equipe. Aproveitar o elenco que tem que, apesar de algumas mudanças – já foi considerado um dos melhores do Brasil nesse 2009. E, assim, buscar definitivamente a reação e garantir uma boa colocação no Brasileirão.

Larissa Reis tem 19 anos e é estudante de Jornalismo. Apaixonada por futebol, sempre acompanha os times brasileiros, mas apenas um faz o coração pulsar mais forte: Cruzeiro Esporte Clube. Lari está no GDG para trazer uma visão peculiar dos assuntos relacionados ao Cruzeiro. Natural de Belo Horizonte, conhece o Mineirão desde criancinha. O local tornou-se tão agradável e as visitas tão freqüentes que Lari resolveu chamar de “segunda casa”.