O Total fracasso do patrocínio master no Cruzeiro e a queda brusca do número de sócios torcedores


O ano do Cruzeiro é, de longe, um dos piores já vividos pelo clube em seus 98 anos de história. Vivendo a pior crise política-econômica da sua história; o que acontece dentro de campo, possuindo o menor número de vitórias da sua histórias, é apenas um reflexo da situação que vive o clube celeste. Além disso, os números fora do campo também são assustadores.

O fracasso do patrocínio master

Foto: Reprodução

No dia 03/03/2019 o Cruzeiro oficializou a parceria com o banco digital gaúcho Digimais, no que era especulado no maior patrocínio do país, podendo superar, até mesmo, os valores injetados pela Crefisa, no Palmeiras. No entanto, para que isso acontecesse, era necessário que o envolvimento da torcida na adesão de contas fossem razoavelmente altos; o que não aconteceu devido aos fatores externos e internos que cercam o clube neste ano de 2019.

Na época, o presidente Wagner Pires de Sá não confirmou valores totais, mas afirmou que eram altos e que “O céu era o limite”. De fato, o valor fixo que o clube recebe hoje com o banco (R$11 milhões) ultrapassa os repassados pela Caixa Econômica Federal, antigo patrocinador master do clube (R$ 10 milhões); mas também passa longe do “maior patrocínio do país”.

Para que esse valor ultrapassasse, por exemplo, os aproximadamente R$78 milhões que a Crefisa investe no Palmeiras, seria necessário que no mínimo; 6,7 milhões de torcedores cruzeirenses fizessem a adesão do cartão digital com a logomarca cruzeirense, visto que o clube recebe aproximadamente R$ 10 reais por conta ativa.

Atualmente, segundo informações apurada pelo Guerreiro dos Gramados, existem menos de 500 contas ativas, o que gera um lucro de no máximo R$ 5 mil reais à Raposa; sendo que o mínimo esperado era de pelo menos 800 mil contas ativas. Valores esses ínfimos se comparado ao que era esperado no início do ano e que; retratam o quanto a administração e planejamento dos dirigentes cruzeirenses neste ano foram falhos e irresponsáveis.

Queda de 80% no número de sócios

Foto: Fred Magno/Light Press/Cruzeiro

Além de receber menos do que o esperado com o patrocínio master, o que diminui os lucros anuais do clube, outro fator que também aperta as contas cruzeirenses é a grande diminuição de sócios torcedores que o Cruzeiro tem atualmente.

Atualmente, segundo Zezé Perrella, a Raposa tem cerca 6 mil sócios torcedores, o que demonstra uma queda de aproximadamente 80% no número em relação ao início deste ano de 2019; quando o clube possuía em torno de 50 mil sócios.

Tal queda demonstra o quanto a má administração do clube neste ano, além de se envolver em diversos problemas judiciais e políticos, afastou o torcedor do estádio e do próprio clube. Com isso, para tentar resolver pelo menos o problema com os sócios, Perrella pretende reformular a política de venda de ingressos para 2020.

– “Hoje, você vende um sócio torcedor e coloca amanhã o ingresso a R$ 10, que política é essa? Como você vai incentivar alguém a ser sócio torcedor se ele não confia na política do clube em relação a ingresso? Espero, ano que vem, ainda que não vá ninguém no campo, eu vou ter uma tabela para todos os jogos. Jogos de menor importância… o torcedor tem que entender que futebol é caro, e a maneira de o torcedor ajuda o Cruzeiro hoje, se ele acredita nessa gestão, é que ele invista no sócio torcedor, que venha nos ajudar.” – Afirmou o gestor.

No entanto, para que isso dê certo, é necessário que a gestão do clube se torne o mais transparente possível. Afinal, para que o torcedor confie, é imprescindível que ele saiba o que está se passando dentro do clube. Para 2020, inúmeras coisas precisam ser mudadas e revistas urgentemente; da política até as quatro linhas; para que o clube volte a figurar entre as primeiras posições do país, de onde nunca deveria ter saído.