Os “Guerreiros dos teclados”, heróis ou vilões?


Os “Guerreiros dos teclados”, heróis ou vilões?

Salve Guerreiros! A China Azul sempre foi conhecida por sua analise crítica a respeito dos acontecimentos que envolvem o futebol do Maior Clube de Minas Gerais. Nunca pode ser chamada de acomodada, de “incondicional”. Uma postura interessante no aspecto de uma instituição que ajuda o Cruzeiro a crescer e se manter no topo, sempre brigando pelas vitórias e títulos.

Mas ultimamente, com o advento das redes sociais, um comportamento não muito louvável tem acompanhado esse senso crítico que citei acima: o IMEDIATISMO. Vou discorrer duas situações que vão exemplificar o que quero dizer.

A primeira delas diz respeito a Marcelo Moreno. Atacante de não muita habilidade com a bola nos pés, fez muito sucesso aqui em sua primeira passagem pelo clube, alcançando o posto de artilheiro da Copa Libertadores. Sempre foi um nome que a China Azul pediu repatriação para o ataque celeste. Sua chegada foi comemorada por essa torcida que foi até o aeroporto recepcionar o atleta. Com a negociação de Vinícius Araújo e a lesão de Borges, Marcelo é alçado à condição de titular na equipe.

Sem atuar como titular a alguns meses é claro que sente a falta de ritmo, que é uma condição que adquire jogando. Alguns bons jogos atuando taticamente puxando a marcação, abrindo espaços e até marcando gols, raros, porém, com o ataque celeste democrático, os gols bem distribuídos nos deram importantes vitórias.

A segunda aborda a situação Lucas Silva/Rodrigo Souza/Nilton. Titulares incontestáveis em dois mil e treze, a dupla Nilton/Lucas Silva começa esse ano separada pela lesão do primeiro. A princípio, Marcelo Oliveira utiliza Souza por ser remanescente do elenco campeão, mas ao receber a grata surpresa de um desconhecido Rodrigo Souza, o treinador ganha importante opção. Rodrigo entra bem na equipe ao lado de Lucas e formam aquele meio campo equilibrado, com um volante mais técnico e um mais “quebrador”. Fazem boas apresentações juntos, mas Nilton, já recuperado da cirurgia a que foi submetido, pede passagem, até porque era esperada sua volta ao time titular. Mais que natural, o treinador testar as opções que tem, e o fez. A dupla Nilton/Rodrigo Souza faz boa partida diante do Tupi e sua escalação é repetida diante do Defensor do Uruguai pela Libertadores e aí que quero chegar.

Veio a surpreendente derrota e o imediatismo da torcida veio à tona. Culpados foram eleitos, como se isso desfizesse a derrota, ou garantisse as vitórias nos próximos jogos. Vou dizer uma coisa, China Azul, apontar culpados é tão primitivo quanto Adão e Eva. Isso não é um comportamento aceitável em uma torcida que se considera tão evoluída. O fato é que contra o Defensor, nada deu certo, bola na trave e até pênalti foi perdido, e não vi ninguém responsabilizar o Dagoberto, por exemplo. Até porque não defendo que a responsabilidade caia sobre uma só pessoa. Futebol é um esporte coletivo e a definição de um resultado acontece em noventa minutos, não em um lance isolado.

Esses “Guerreiros dos teclados” são extremamente ágeis em ‘vomitar’ nas redes sociais suas opiniões imediatas às derrotas sem esfriar a cabeça antes de analisar as situações. Marcelo Moreno é o atacante que temos hoje e precisa de nosso apoio e tranquilidade para readquirir a condição de jogador que serve ao grupo ainda que não seja o principal goleador, mas se taticamente contribuir para que o Cruzeiro faça muitos gols, no meu entendimento, está ótimo. Já no meio, a escolha entre Lucas, Nilton e Rodrigo, pertence ao Marcelo Oliveira, que eventualmente por suspensão, ou lesão deverá usar formações diferentes, formações essas que precisam de jogos para funcionar. Custou-nos uma derrota, mas é normal o treinador fazer mudanças buscando a formação ideal, ou até necessária.

Vamos ter mais calma no teclados, Guerreiros, e parar de reverberar as vozes contrárias de parte da imprensa que intencionalmente tenta prejudicar o Cruzeiro. Vamos voltar à boa crítica, aquela que constrói, soma, ajuda a crescer, não essa que corrói, prejudica o ambiente, afinal, muitos dos nossos jogadores estão presentes nas redes sociais e precisam saber que jogamos juntos, como sempre fizemos. Próxima quinta-feira é dia de lotar o Gigante da Pampulha e empurrar o Cruzeiro rumo às vitórias.

Estar #FechadosComOCruzeiro não é apenas nas vitórias, mas principalmente nas derrotas. Nesses momentos de dificuldade é quando precisamos reconduzir o Cruzeiro ao seu lugar natural o de vencedor, de campeão.

Saudações Celestes.