Pode ir chocando, galinho! A sua hora tá chegando


Tudo termina bem quando começa bem. O Cruzeiro detonou ontem, mais uma vez. Goleou, mas não foi tão fácil assim. O Boa, que aliás ontem foi MUITO BOM, deu trabalho demais, dentro do Mineirão.  Defesa forte, contra-ataque rápido durante quase todo o jogo até que…cansou! E dentro do Mineirão, contra o Cruzeiro, quem não aguenta, bebe leite! O jogo, no Mineirão, valeu pela primeira partida da semifinal do Campeonato Mineiro. Para jogar a final, o Boa precisaria vencer o Cruzeiro, domingo, novamente no Mineirão, por quatro gols de diferença. Aí, só sendo EXCELENTE, para conseguir. E excelente é só o Cruzeirão.

Peguei o jogo já aos 20min do primeiro tempo. Cheguei à casa da minha namorada e meu sogro estava lá, deitadão no sofá, acompanhando a partida. O Cruzeiro já tinha feito o primeiro gol, com Wellington Paulista. “O Cruzeiro tá jogando bem!”, disse meu sogro, que é atleticano convicto. Fiquei calado. Menos de três minutos depois, ele emendou. “O Atlético não ganha desse time do Cruzeiro nem benzendo. A defesa do Galo não segura esse ataque.”. Eu fiquei assustado. “Tem algo errado acontecendo”, pensei. “Esse cara tá muito estranho! Elogiando o Cruzeiro?! Já sei! Vai falar de casamento!”. E o jogo foi tenso. Primeiro porque eu estava na iminência de ser enquadrado a mudar meu estado civil e segundo porque o que eu via na telinha era o Ituiutaba crescendo para cima do Cruzeiro, em contra-ataques velozes pela esquerda.

E o jogo foi sendo dominado pelo Boa. Radar fez a festa pela esquerda, em cima de Jonathan, que foi muito vaiado pela torcida. E foi dos pés de Radar que saiu o cruzamento para o gol de Rodrigo Hote, de cabeça, aos 32’ do 1º tempo. Fábio saiu muito mal. Aliás, Fábio tem saído mal. Deve ser SD (Síndrome de Dida). A sorte é que tem cura. Outro que se destacou no jogo foi Paulinho Pedalada, o Pepê,  fazendo dupla com Radar.

Se Radar e Pepê apareceram demais, Ramires ficou sumido quase o jogo inteiro. Perguntei a um  repórter de esportes por que o Ramires estava sumido nas partidas. O cara entende das coisas. Segundo ele, a culpa não é do Ramires, é do sistema. “Esse negócio da crise mundial às vezes brocha o cara. Ele tá passando por uma fase difícil. São esses lances da bolsa e tal. É foda!”. Ótima explicação. Excelente!! Kkkkkkk!! É a crise econômica dando prejuízo para o mundo do futebol. Dentro e fora de campo.

Justiça seja feita, Ramires fez uma jogada certinha e dessa jogada saiu o gol de virada. Depois de meter por debaixo das pernas Olívio, cruzou pela esquerda. Wanderley recebeu, se enrolou, caiu e a bola sobrou para Kléber, que afundou o gol de Jonatas.

Dá gosto ver o Kléber jogando. O cara não se economiza. Tem fome de bola. É o tipo de atacante que faz a hora, não espera acontecer. E quando o cara é esforçado e talentoso, o gol é o destino. Não tem outra.

Se o Boa tivesse mais pique, talvez tivesse segurado o empate. Mas depois dos 30’, o cansaço da equipe do Triângulo era visível. E é nessa hora que a gente vê quem é quem. O Cruzeiro soube explorar o cansaço do adversário e partiu pra cima. Fez ainda mais dois gols, com Wanderley e Kléber, que queria porque queria fazer, novamente, três gols em uma partida. Quase… Fica pra próxima.

Fábio, que tinha vacilado no gol de Rodrigo Hote, se recuperou no finalzinho do jogo. Fez duas defesaças, em sequência, impedindo que Kiko marcasse, depois de limpar a zaga do Cruzeiro. Fááááááábio!!! O bom! O melhor do mundo!! A Muralha Azul!

Pausa para mais uma da série perguntas (muito) idiotas, respostas tolerância zero:

Repórter, para Rodrigo Hote, no intervalo do primeiro tempo, sobre o gol dele:

“Foi uma jogada rápida e inteligente?”

Hahahahah!! Como assim?! Hote deveria ter respondido “Não! Foi uma jogada muito ruim. Péssima! Eu não merecia o gol! Vou pedir a anulação dele!”. Hahahahaha! Fala sério! Cacem o diploma desse cara!

Polêmica na coluna do Chico Maia, do jornal Super Notícia. A Galoucura homenageia René Barrientos porque a Máfia Azul homenageia Che Guevara. Um ditador e um revolucionário, ambos sangrentos. Associar a figura de líderes violentos às partidas de futebol é, no mínimo, insanidade. Daqui a pouco os torcedores vão começar a disputar quem matou mais, Barrientos ou Guevara. Tanta gente bacana pra ser homenageada e a galera fica balançando bandeiras com os rostos de quem passou a vida sujando as mãos de sangue. E aposto que tem torcedor que balança a bandeira sem ter a mínima idéia de quem são aqueles dois. O dia que torcedor começar a usar a cabeça pra pensar mais ao invés de colocar só boné e toca, o futebol desse país vai evoluir. Por que se é pra ser o ópio do povo, que seja mais limpo, mais barato e que a viagem seja mais gostosa. E vamo que vamo que o show não pode parar! Cruzeiro na final! Pode começar a chocar, galinho! Porque nesse terreiro, não vai ter ninguém ciscando! Hehehe!