Raul Plasmann: O primeiro goleiro ídolo da China Azul


O primeiro goleiro ídolo da torcida cruzeirense foi contratado ao São Paulo em 1966. Sua estréia foi logo contra o maior rival. Raul jogou com uma camisa amarela, emprestada pelo lateral esquerdo Neco, pois a do goleiro titular, Tonho, era pequena demais nele.

Nome: Raul Guilherme Plasmann
Nascimento: 27/09/1944
Posição: Goleiro
Quando jogou pelo Cruzeiro: 12 anos (1966-1978)
Títulos pelo clube: Taça Libertadores da América em 1976; Taça Brasil em 1966; Campeonato Mineiro em 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977
Outros clubes pelos quais atuou: Atlético Paranaense, São Paulo, Nacional e Flamengo

Inicialmente, taxado de ridículo pelas outras torcidas graças a camisa de cor amarela, adotada naquela partida, o goleiro foi aos poucos ganhando espaço na mídia graças as suas defesas arrojadas e mudou o estilo do goleiro se vestir. Até o momento daquele clássico, na qual estreou, os jogadores da posição vestiam camisas cinza ou pretas e não se destacava entre os demais.

Pouco usado no São Paulo, o craque das balizas foi uma recomendação do tricolor paulista Vicente Feola ao presidente Felício Brandi que logo foi comprado. Na verdade chegou a Belo Horizonte para compor o elenco e ser o substituto do excelente Tonho, mas logo acabou conquistando a capital, com suas reposições certeiras e seu posicionamento que não deixava espaços aos adversários. Raul, durante todo o tempo que passou pelo Cruzeiro, nunca levou um gol de pênalti em tempo normal do rival alvinegro, foram cinco cobranças e quatro defesas. Sem falar que ficou 1.101 minutos sem levar um gol sequer em, 12 partidas no ano de 1969, feito quase impossível de ser feito atualmente.

O goleiro também foi um dos responsáveis por fazer a torcida feminina celeste aumentar consideravelmente e trouxe as mulheres para dentro dos estádios, graças a sua pinta de galã.

Raul parecia sempre estar no lugar certo na hora certa. Saiu de BH pouco tempo depois de conquistar a América com a Raposa e foi para o Flamengo que tinha um time fortíssimo na época, com Zico, Junior, Leandro e outras lendas dos gramados.

Uma das grandes decepções de Raul foi não ser chamado por Telê Santana para a Copa do Mundo de 1982. O goleiro era conhecido pela sua sinceridade e disse certa vez que preferia jogar a treinar e se pudesse treinaria pouco. Dizem que foi a gota d’água para Telê o dispensar.

No seu jogo de despedida, no dia 20 de dezembro de 1983, em um amistoso entre Flamengo e uma seleção montado pelo próprio Raul, o rodado craque, com 38 anos usou a imortal camisa amarela pela última vez. Dizia ele que ela hipnotizava os adversários e acabavam mirando a bola na camisa. Depois do jogo devolveu a camisa para o próprio Neco, ainda no gramado. Algumas torcidas organizadas do Cruzeiro adotaram cores amarelas em conjunto com o azul e branco em seus materiais naquela época e assim permanece até hoje.

Jogando pela Seleção Brasileira o goleiro disputou 11 partidas, ganhando nove e perdendo duas. Levou apenas sete gols.

Cruzeiro 5 x 4 Internacional pela Libertadores de 1976

Veja abaixo os nove gols do maior jogo de futebol do qual o goleiro Raul participou.