“Separando o joio do trigo”


Sabe aquele momento que você se encontra sendo incapaz de separar a razão da emoção? O instante que passa despercebido e que se enxerga julgando uma situação por um momento e não por um contexto? Assim seguimos a árdua missão do torcedor cruzeirense, desde o fim de 2014.

Com o surgimento do “futebol gourmet”, “o torcedor” virou “cabra” de momento.  A essência da necessidade pela ida aos gramados, pelo grito explodindo na garganta e principalmente, da vivência com o clube, foi trocada pela famigerada “selfie” e os protestos descentralizados nas redes sociais.

Infelizmente, a realidade do ano corrente está longe do prometido pelos dinossauros de colarinho branco e com certeza, mais longe da idealizada pelo irreconhecível torcedor celeste. Porém, ainda mais triste – sim é possível – é a situação exigida dos oito milhões de ‘trouxas’ que trajam azul de corpo e alma: separar o momento do contexto.

O motivo? O mais clichê e “chapa branca” possível. Os anos passam, as conquistas chegam, as decepções são deixadas pra trás, a história é criada, mas apenas uma situação é imutável: a permanência do Cruzeiro no nosso cotidiano. Isso é patrimônio irreparável de cada coração que bate em azul e branco espalhado por todos os cantos do mundo.

Hoje é necessário que esqueçamos os “CPF’s” que comandam a Toca da Raposa. Indivíduos sem paixão e compaixão. Sem respeito ou consideração e que determinam as diretrizes que seguiremos por determinado tempo. Então se pergunte: torço por um presidente, um técnico um elenco ou por um clube? Por uma instituição? Por um amor eterno e sem fronteiras?

Com isso, finalizo deixando a dúvida pairar sobre todos nós. Domingo, enfrentaremos um cidadão responsável por imortalizar um biênio. Todo respeito e admiração se façam presentes. E do nosso lado, alguém que se perdeu no tempo e não consegue encontrar o fim da linha. Então, qual nome você vai gritar, amigo? Eu gritarei o do Cruzeiro, louco da cabeça.

Por: Fábio Veloso