Solidez defensiva


Salve, China Azul!

O Cruzeiro continua a sua saga para se distanciar da zona de rebaixamento neste Campeonato Brasileiro. Apesar da colocação aparentemente confortável, a diferença para o time que abre o Z-4 (e nosso próximo adversário, inclusive) é de apenas três pontos. Quatro rodadas atrás, no entanto, a equipe celeste figurava na incômoda 17ª posição. A pequena melhora da equipe tem um fator preponderante: a defesa, que se tornou mais segura. Nos jogos contra Grêmio, Ponte Preta, Palmeiras e Chapecoense, nenhum gol sofrido.

O Cruzeiro de Mano Menezes, na temporada 2015, era um time que não tinha uma alta média de gols, mas tinha uma defesa mais sólida. Nesta temporada, só agora conseguimos ver esta característica no setor defensivo, principalmente pelas mudanças promovidas pelo treinador e a consequente compreensão tática dos jogadores. De fato, o setor que mais preocupava o torcedor no começo do campeonato, hoje parece mais seguro.

Taticamente falando, Henrique voltou a figurar como um volante mais fixo, dando maior proteção ao setor defensivo. Com Lucas Romero como companheiro, a equipe voltou a ser mais combativa, ter um índice de desarmes corretos maior e ter uma melhor saída de jogo. Os laterais celestes deixaram de ser peças atacantes e passaram a exercer a sua principal função, na marcação. A entrada de Rafinha no meio-campo também contribuiu para o sistema defensivo, já que ele auxilia ainda mais na recomposição pelo lado esquerdo.

As peças também têm atuado melhor, principalmente a dupla de zaga. Com a suspensão de Manoel, Léo assumiu a condição de titular e não tem motivos para ser sacado do time. Outrora preterido por Paulo Bento, o camisa 3 tem feito partidas seguras, jogando o simples, como um bom zagueiro tem que fazer. Assim como Léo, Bruno Rodrigo também está em ótima fase, se tomarmos como parâmetro o quão horroroso foi o seu início de Campeonato Brasileiro. O Cabeça de Míssil, responsável por falhas na maioria das derrotas do Cruzeiro nas rodadas iniciais, voltou a atuar bem. Na lateral direita, Ezequiel assumiu o lugar de Lucas, e se firmou. O jovem não se sentiu pressionado ao vestir a camisa celeste; com um bom índice de desarmes e bem na proteção defensiva, conseguiu trazer mais tranquilidade e equilíbrio a todo o sistema. E não podemos esquecer do goleiro Rafael, que se destaca dia após dia defendendo a meta celeste. O camisa 12 passa bastante segurança, diferentemente do que se pensava sobre ele antes da lesão do goleiro Fábio.

Um aspecto depende bastante do outro. O desempenho tático está diretamente ligado ao desempenho individual, e vice versa. De fato, o Cruzeiro se acertou defensivamente, mas precisa de mais do que isso para se livrar completamente da ameaça de rebaixamento e para avançar na Copa do Brasil.

Todavia, pelo menos podemos dizer que tudo não está 100% ruim.

 

Por: Pedro Henrique Paraíso