Time descartável


Vanderlei Luxemburgo comentou após o vexame sofrido contra o Joinville que os jogadores devem descartar a atuação pífia que culminou na derrota por 3×0. Pensando bem no termo, podemos identificar que não é apenas a exibição que pode ser descartada. Muitos jogadores, diretoria e inclusive o treinador poderiam entrar nesse pacote de descartáveis. Afinal, com os maus resultados, o futebol de baixa qualidade e a falta de expectativas em um bom campeonato, não resta muita coisa no momento. O Cruzeiro se tornou um time frágil e que vem perdendo o mais importante: o acreditar da própria torcida.

Ninguém vai deixar de ser torcedor do Cruzeiro, óbvio que não. Mas sabe aquela ansiedade para que chegue o próximo jogo, a vontade de ver o time das cinco estrelas em campo? Isso foi dizimado. Hoje, assisto aos jogos do Cruzeiro com muito mais temor de uma derrota do que esperanças em uma vitória e boa atuação. E sei que o sentimento é compartilhado por boa parte da China Azul. Não dá vontade de ver esse time jogar, e sempre que nos animamos, como na apresentação contra o Palmeiras, vem em sequência um balde de água fria.

Sendo bem honesto, alguns atletas do nosso plantel servem apenas para onerar a folha de pagamento. Não consigo entender porque Douglas Grolli nunca teve sequer uma oportunidade de entrar em campo, mesmo com Paulo André protagonizando falhas bizarras a cada partida. O líder do bom senso mostra tudo, menos isso. Falta senso de posicionamento, marcação, combatividade, tempo de bola… É inacreditável tê-lo como um titular. E o pior, ganhou de brinde uma renovação de contrato recentemente. Analisando brevemente, seus erros diretos nos alijaram de vários pontos, como na derrota para o Coritiba e no empate frente ao Avaí. Porque não dar uma oportunidade ao Grolli? Duvido que consiga ser pior.

Um comentarista na transmissão do vexame, citou que os três jogadores celestes que entraram durante o segundo tempo devem pagar a folha salarial de todo o Joinville durante alguns meses. De Arrascaeta, Willian e Leandro Damião. Quanto ao uruguaio, nem tecerei muitas críticas porque sua pífia condição física o impede de mostrar alguma fibra em campo e parece ser essa a razão de tamanha morosidade. Já Willian e Leandro Damião, se trabalhassem em uma empresa como todos nós, já estariam no olho da rua por falta de produtividade. Impressionantemente inúteis e não demonstram interesse em reverter o quadro.

A cada dia que passa, sentimos mais a falta de Dedé, um zagueiro de qualidade técnica absurda, especialmente comparado com as outras opções. Assim como dependemos mais do talento de Alisson, um risco iminente devido a sua condição física. Temo pelo depósito de excessivas expectativas em Ariel Cabral, um bom volante e jogador que vem para acrescentar qualidade na saída de bola, mas nada além disso. O nível das peças no papel não representa nem de longe a qualidade que demonstram nos gramados. E parece não haver plano cartesiano capaz de transformar esses elementos descompromissados em um time de futebol respeitável. Onde foi parar o Cruzeiro?

Por: Emerson Araujo