Torcer!


Torcer! Cruzeiro Esporte Clube

Depois de muito tempo sem escrever, me senti motivada diante do desafio que o Cruzeiro enfrenta nesta quinta-feira. Observo que os nervos do torcedor andam a flor da pele. E vejo certo exagero quanto ao jogo decisivo. Acredito que este comportamento, que se repete há muito tempo, é influenciado, e até estimulado por muitos, mais pela preocupação com a torcida rival de BH, que propriamente com o bem do time.

Não tem essa de “eu acredito”, “eu tenho fé” e outras hashtags – a moda do torcedor de uns anos para cá. Tá lá no Dicionário Priberam: Fé – Estado ou atitude de quem acredita ou tem esperança em algo. = CONFIANÇA, ESPERANÇA. E o quê faz o torcedor além de confiar no time pelo qual torce independente da competição ou adversário? É assim que funciona desde que alguém começou a torcer por um clube. É inerente ao torcedor. Percebo que estamos exagerando demais e nos perdendo no que nós propomos a fazer.

Sei que todo torcedor acha que entende de futebol e sabe melhor que o técnico do time qual é a melhor escalação, o melhor esquema tático, a melhor hora de fazer as alterações, a hora de atacar e defender, mas, na boa, meu papel, como torcedora, penso, é ir para a arquibancada e simplesmente torcer, mesmo que os indícios apontem para o resultado que eu não quero que aconteça.

Entendo que o torcedor está perdendo a melhor parte de ser torcedor. Queremos que o Cruzeiro se classifique para a próxima fase da Libertadores? Sim, evidente. Nos apoiamos na história, que mostra que o time nunca foi eliminado na primeira fase da competição. Seria uma vergonha não nos classificarmos este ano? Sim, mas pra tudo na vida existe uma primeira vez. E o mundo vai acabar se isso acontecer? NÃO!!!

Já que falei de história, vamos relembrar de um período recente dos 93 anos do Cruzeiro. O ano de 2013 pôs fim ao jejum de dez anos sem a conquista de um título importante. Portanto, lembre-se, disputar títulos é muito difícil, não é para qualquer um ganhar. Nem mesmo o Cruzeiro, gigante como é, escapa de um tempo no ostracismo. Sabe por quê? Porque existem outros adversários tão bons quanto ele que também querem ser campeões. A Libertadores, especificamente, é um torneio difícil de ganhar. O Cruzeiro conquistou a taça apenas 16 anos depois da primeira edição, mas tem time aí que levou anos para sentir o sabor da conquista. Ela é difícil mesmo e não conquistá-la é mais comum que conquistá-la.

Quero muito que o Cruzeiro seja o campeão desta edição, mas se por uma grande infelicidade for eliminado na primeira fase, estarei pronta para a próxima disputa, como já aconteceu inúmeras vezes na nossa história. Chateada, mas sempre nas arquibancadas do Gigante da Pampulha, minha casa.

Bora lá minha gente, minha proposta é apenas torcer hoje e esquecer o amanhã!