Trem bala azul cruzando a esquina (Cruzeiro 4 x 0 Huracán – Libertadores 2019)


Coloquei uma música do Milton Nascimento, sem nenhum propósito específico, para poder falar do Cruzeiro. Não é um dos meus artistas favoritos, mas sei o suficiente pra saber do seu peso na música nacional e também na nossa cultura. Não à toa, é Cruzeiro.

Os versos da música posta aleatoriamente no tocador eletrônico diziam:

Ter um bom motivo para acreditar ♫
Mais bonito não há
Pode acreditar
Mais bonito não há ♫

Somos cheios de mineiridades que nos completam e nos caracterizam.

A alma mineira e a cruzeirense se misturam.

Milton representa a mineiridade na música.

O Cruzeiro no esporte.

Este último, não sei se por ser mineiro, o quieto mais bem sucedido do planeta.

O que é Minas Gerais se não a capacidade de tornar o simples em magistral?

Um simples café e pão de queijo em uma tarde com belo pôr do sol que nos faz ter as melhores sensações da vida.

O que é o Cruzeiro se não o clube capaz de oferecer à dezenas de jogadores a casa para a maior glória de suas carreiras?

O que é o Cruzeiro se não o clube que faz Rodriguinho relembrar a classe de Zidane, um Fred ter média de gols de jogador top 10 no mundo, um Marquinhos Gabriel – outrora zombado – jogando mais bola que uruguaio com valores de gênio da bola?

Um Cruzeiro que tem um Fábio que lembra o Fábio, quase que um Cristiano Ronaldo jogando dentro do gol, com uma mente tão forte que, se realmente quisesse, mexeria o travessão apenas com a força dela.

Coloco uma outra música do Milton Nascimento.

O que será, que será? ♫

Chico Buarque invadiu o spotify do Milton para avisar, está avisando que, pode ser que…dê tudo certo.

A esperança que este time vai ganhar de qualquer grupo de 11 pessoas em um campo gramado contra outros 11 que vestirem esta camisa azul estrelada é satisfatória demais.

Milton pega outra música emprestada em sua playlist e diz:

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação (o Cruzeiro se classificando pela 17° seguida pras oitavas da Libertadores)
Tem gente que chega pra ficar (Fábio, em 2005)
Tem gente que vai pra nunca mais (Arrascaeta)
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar (Dedé)
A plataforma dessa estação (A Toca 3)
É a vida desse meu lugar.

É a vida…que valeu ainda mais ser vivida na noite desta quarta-feira, 10 de abril de 2019.