VAR pra quê? (Boca Jrs 2 x 0 Cruzeiro – Libertadores 4ª de final)


Salve, guerreiros!

Ao contrário do que sugere o título, não vou me deter em analisar o lance que gerou a expulsão do zagueiro Dedé. Claro que houve um exagero por parte da arbitragem. Evidente também que a falta ocorreu. Não dá para chamar de “lance casual” como afirmou o comentarista de arbitragem da Rede Globo, Arnaldo Cesar Coelho, por quem este colunista tem imenso respeito. O choque aconteceu, deve ser marcada a falta, mas, daí a gerar uma expulsão, pelo Árbitro de vídeo ainda? Não era para isso tudo. Entretanto, não podemos também crucificar o sistema. Toda novidade requer adaptação. Lances como o de ontem deveriam gerar algum tipo de discussão afim de que em um futuro, erros como o de ontem sejam minimizados, mas, seria utópico pensar que nunca mais acontecerão.

O jogo

O fato é que o erro da arbitragem de vídeo tira o foco do que deveria estar nos preocupando hoje: O Cruzeiro jogou muito mal, principalmente do meio pra frente. O quarteto formado por Rafinha, Robinho, Barcos e Thiago Neves não rendeu absolutamente nada. Não houve uma ameaça real à meta defendida por Andrada. A derrota por 1 x 0 não seria um mal resultado, mas, os 2 x 0 complicou. Não quero dizer que a Raposa está morta. A esperança segue viva! O time que escreve as “páginas heroicas imortais” é chamado à responsabilidade de seguir a tradição e escrever mais uma no próximo 4 de outubro no Mineirão.

Primeiro tempo

O Cruzeiro inicia bem a partida com a marcação avançada não permitindo ao Boca ameaçar a meta de Fábio. Entretanto, a Raposa não consegue transformar em oportunidades de gol essa posse e pressão inicial. Foram quase nove minutos em que o time argentino não conseguiu penetrar no sistema defensivo celeste. O problema é que, como já afirmei acima, os homens de frente não funcionavam. O Boca foi crescendo na partida e em uma saída errada de bola a marcação desencaixou e deixou Zarate livre frente a frente com Fábio que não teve o que fazer. O gol deveria ter acendido o Cruzeiro, mas, não foi o que se viu. Do meio pra frente nada funcionava, Robinho e Thiago Neves desaparecidos, Rafinha “encerando” não tentava um drible, girava todas as vezes que chegava na frente do marcador. A esperança era o ajuste do intervalo.

Segundo tempo

A exemplo do primeiro tempo, a Raposa ensaia uma pressão inicial, e Rafinha, mesmo sem querer, quase empata em uma bola tirada em cima da linha. A conversa de intervalo surtiu efeito e o Cruzeiro vinha crescendo na partida. Rondava perigosamente a área do Boca, até que veio o lance que definiu o jogo. Dedé sobe em uma disputa de cabeça, choca-se com o goleiro, e isso é falta. O jogo pára afim de que o goleiro seja atendido, pois o lance foi muito forte, apesar  de involuntário. Ao retomar a partida, o Árbitro de Vídeo (VAR) sugere ao juiz Eber Aquino uma consulta do lance, e, nessa revisão, o juiz entende que deveria expulsar o zagueiro. Até o Clarin, principal jornal argentino na data de hoje fez editorial falando sobre a expulsão absurda.

A Raposa desnorteada de perder um de seus principais jogadores, acaba levando o segundo gol em um lance muito  bizarro em que Edilson tenta cortar uma bola cabeceando pro meio da área, a bola bate em Henrique e sobre limpa para a finalização de Perez. 2 x 0 Boca, estrago feito. Agora é juntar os cacos, como disse o Mano, juntar toda raiva e levar para o segundo jogo. É difícil? Sim, mas, nada é impossível para o Cruzeiro. Um time que começa na fé do Fábio, passa pela segurança de Henrique e Lucas Silva, segue pelo talento de Thiago Neves e De Arrascaeta, se Deus assim quiser estiver recuperado para o segundo jogo e chega na raça argentina de Barcos, ou, na irreverência do menino Raniel, tem total condições de alcançar o feito de demonstrar porque recebeu dos adversários a alcunha “La Bestia”.

Guerreiro de ouro para Dedé. Enquanto esteve em campo, nada passou por ele. Guerreiro de lata para Thiago Neves. Jogador que gosta de jogo grande, precisa aparecer nesses jogos, ontem ele se escondeu. Vamos manter a fé, a esperança e o amor. Lotar a Toca da Raposa 3, e carregar o Cruzeiro à classificação. Não é a toa que o Guerreiro dos Gramados termina nossas colunas sempre com uma frase: Nossa torcida, nossa força!

BOCA JUNIORS 2 X 0 CRUZEIRO
Motivo: 
Jogo de ida das quartas de final da Copa Conmebol Libertadores
Data: 19/09/2018 (quarta-feira)
Local: Estádio La Bombonera, em Buenos Aires-ARG
Árbitro: Éber Aquino (PAR)
Gols: Zárate (Boca Juniors), aos 35 minutos do 1º tempo, e Pablo Pérez, aos 36 minutos do 2º tempo
Boca Juniors: Andrada; Jara, Izquierdoz, Magallán e Olaza; Barrios, Nández e Pablo Pérez (Almendra); Pavón, Benedetto (Tevez) e Zárate (Villa). Técnico: Guillermo Schelotto
Cruzeiro: Fábio; Edilson, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Robinho, Thiago Neves (Rafael Sóbis) e Rafinha (Manoel); Barcos (Raniel). Técnico: Mano Menezes
Cartões amarelos: Olaza e Nández (Boca Juniors); Edilson (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Dedé (Cruzeiro)

Virar a chave, e aproveitar o Brasileiro para dar ritmo a outros jogadores. A Raposa enfrenta o Santos na Toca 3 domingo próximo às 19h. Depois é pensar na volta contra o Palmeiras na quarta dia 26. Até lá, China Azul.

Guerreiro dos Gramados. Nossa torcida, nossa força!

Por: Álvaro Jr