Virada heróica sobre Palmeiras tem a cara do trabalho de Cuca


Mineirão. 1º de novembro de 2009: Cruzeiro e Fluminense se enfrentaram pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com atuação de gala o time celeste massacrou o adversário carioca no primeiro tempo e foi para o intervalo com o placar de 2 a 0 ao seu favor.

Pacaembú. 06 de setembro de 2010: Palmeiras e Cruzeiro se encontraram pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em partida equilibrada Palmeiras destoa na parte final do primeiro tempo e abre a vantagem de 2 a 0 no marcador.

O que estas duas partidas tem em familiar? Qualquer torcedor mais atento aos acontecimentos do futebol irá se lembrar que o técnico das equipes visitantes que foram para o vestiário com a desvantagem no placar era o mesmo em ambas situações. Cuca!

Em 2009 Cuca sacou Diguinho e Equi González no intervalo e lançou Digão e Tartá mudando o esquema tático do Fluminense do 4-4-2 para o 3-5-2. Em 2010 Cuca substituiu Gil e Wellington Paulista por Roger e Farías fazendo o inverso do que em 2009. Nos dois casos, entretanto, o resultado foi o mesmo. Viradas históricas por 3 a 2 em partidas consideradas perdidas.

A repetição do fenômeno mostra que ele não aconteceu ao acaso. Cuca sabe variar taticamente um time e surpreender o adversário, especialmente se este achar que a parada está resolvida. Em menos de um ano, o atual treinador celeste derrotou assim de forma incontestável equipes dirigidas por Adílson Batista e Felipão, dois dos técnicos nacionais com maior fama de senhores dos esquemas táticos.

O trabalho de Cuca vai além disso. O treinador soube nos dois jogos motivar os seus jogadores a virarem uma partida que parecia perdida. O resgate da confiança no futebol é algo fundamental. A vitória de 2009 serviu para que o Fluminense deixasse a lanterna do Brasileirão e iniciasse a reação fantástica que culminou na salvação do rebaixamento à Série B.

Os objetivos do Cruzeiro este ano, no entanto, são maiores, mas Cuca tem elenco para poder sonhar alto. A reação comandada pelo treinador em 2009 pode se repetir agora em 2010. A conquista, entretanto, não seria a fuga do rebaixamento, mas sim a taça que há tanto tempo o treinador merece.