Melhorou, mas não o suficiente


Até agora estou na dúvida se o empate (1 x 1) de ontem contra o Palmeiras foi com “gosto de vitória” ou com “gosto de derrota”. O torcedor pode escolher, porque existem argumentos para os dois lados.

Foto: VipCommConsiderando a enorme discussão que minha última coluna causou (e que estou respondendo comentários até hoje, podem ver…) já começo dizendo que Fábio NÃO FALHOU no gol do Palmeiras ontem. Foi um lance isolado e de muita, mas muita sorte mesmo. Gol que se faz “uma vez na vida e outra na morte”.

Dito isto, vi um Cruzeiro com mais vontade de jogar ao longo da maior parte da partida. Destaques para a dupla de zaga, que anulou bem Kléber. Leandro Guerreiro vem jogando bem e bastante regular. Montillo estava inspirado, assim como Gilberto, especialmente quando foi deslocado para o meio de campo.

Por outro lado, os atacantes… começamos com Wallyson, Brandão e Thiago Ribeiro. O primeiro foi o mais perigoso, principalmente pela direita. Brandão fez sua segunda partida pelo Cruzeiro, ainda merece uma “colher de chá”, mas não tem um estilo de jogo de técnica, e sim de força, o que faz com que o time demore para se acostumar.

Já Thiago Ribeiro continua o mesmo. Muita corrida, uns dribles, cruzamentos que nunca encontram os colegas de ataque. E quando resolve chutar para o gol, o que sai é um “peteleco” digno de uma criança de cinco anos. Outro dia ele disse que “se estivesse jogando no Rio ou em São Paulo já estaria na seleção Brasileira”. Jogando este futebolzinho de hoje, a única camisa amarela que ele merece vestir é do Araçatuba-SP.

Mas ele não foi culpado pelo resultado de ontem. Nem Ortigoza, que de frente para o goleiro chutou por cima, ao invés de dar um chute rasteiro.

Também não foi culpado Anselmo Ramon. O garoto estreou e marcou o gol do empate, mas, no seu primeiro lance, perdeu um gol inacreditável, digno de entrar em vídeo no YouTube de “Top 10 Gols Mais Perdidos da História”. Mesmo assim, ele merece ser observado e testado, pois para mim ele, pelo menos, fez algo diferente dos demais no ataque.

Culpado mesmo, meus amigos, é quem monta este elenco do Cruzeiro, que há anos só tem jogadores “mais ou menos” (pouco “mais” e muito “menos”, diga-se de passagem). Atletas que, em um ou outro jogo, até se destacam, mas que no geral, em uma análise fria e calculista, dão pouco retorno em termos de futebol, competitividade e títulos.

Sei que ainda falta muito Campeonato Brasileiro pela frente e o jogo de ontem, pelo menos, deu um pouco de ânimo para o futuro. Mas ainda falta muito para este Cruzeiro assumir, de uma vez por todas, sua condição de um dos principais candidatos a vencer este campeonato.

Deu para ver um pouco de força de vontade, e Cuca foi premiado pela ousadia, e por acreditar, até o fim, no resultado positivo, que não veio por pouco. Mas somente estes itens não são suficientes; é preciso um “algo mais” que este elenco, até o momento, ainda não mostrou que tem.

Num passado recente, talvez este time tenha mostrado valor, mas, no futebol, quem vive de passado é museu. No momento atual – que é o que vale – ainda tem muita coisa para se resolver.

É como dizem os jogadores após as partidas, única coisa que eles são especialistas em fazer: “infelizmente não deu hoje, é pensar para a frente em busca do resultado positivo contra o próximo adversário”. Se bem que agora a moda é colocar a culpa pelo resultado no goleiro do outro time…

Abraços a todos.